José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai, faleceu ontem, aos 89 anos. Ele foi uma figura emblemática da política latino-americana, conhecido por sua simplicidade e compromisso com causas sociais.
Para o presidente da Contratuh, Wilson Pereira, a perda de Mujica deixa um vazio ante a importância que teve para o povo da América Latina.
Alguns de seus gestos mais nobres incluem:
* Vida simples e desapego material: Mujica recusou-se a morar na residência oficial da presidência e continuou vivendo em seu sítio, dirigindo seu Fusca azul e cultivando hortaliças.
* Doação de salário: Durante seu mandato, ele doava dois terços de seu salário para projetos de moradia popular.
* Defesa do meio ambiente: Em seu discurso na Rio+20, em 2012, ele fez um apelo contra o consumismo desenfreado e a degradação ambiental, chamando atenção para a necessidade de um modelo de desenvolvimento mais sustentável.
* Legalização de direitos sociais: Sob sua liderança, o Uruguai avançou em pautas progressistas, como a legalização do aborto, do casamento igualitário e da maconha.
* Resistência e luta pela democracia: Mujica foi guerrilheiro nos anos 1960 e passou 14 anos preso, muitos deles em solitária, por sua militância contra a ditadura uruguaia.
Sua trajetória inspirou milhões ao redor do mundo, e seu legado permanecerá como um símbolo de humildade e compromisso com a justiça social.
Posições marcantes
José “Pepe” Mujica, era conhecido por suas declarações marcantes sobre diversos temas sociais, incluindo o sindicalismo e os direitos dos trabalhadores.
Ele defendia a importância da organização coletiva e do tempo livre como um direito fundamental. Eis algumas frases que refletem sua visão:
“O poder está nas massas.” Mujica enfatizava que a força política e social vinha da mobilização coletiva dos trabalhadores e da sociedade.
“A vida humana não pode se resumir a trabalhar, pagar contas e fazer dívidas, como propõe o capitalismo. Defender o tempo livre e a liberdade é uma questão de princípios.” Ele criticava a lógica do trabalho excessivo e do consumismo desenfreado.
“Somos meio vagabundos, não gostamos tanto de trabalhar. (…) Ninguém morre por excesso de trabalho, mas não é um país corrupto, somos um país decente.” Essa declaração gerou debates sobre a cultura do trabalho no Uruguai.
Mujica sempre defendeu um modelo de sociedade mais igualitário, onde os trabalhadores tivessem voz ativa e fossem protegidos contra a exploração. Seu pensamento destacava a necessidade de sindicatos fortes e de políticas públicas voltadas para a proteção dos direitos trabalhistas. Ele acreditava que um país justo depende do empoderamento dos trabalhadores e da construção de uma economia que priorize o bem-estar social, e não apenas o lucro das grandes corporações. Mujica via o sindicalismo como um instrumento essencial para garantir condições dignas de trabalho e promover a justiça social.
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