A desigualdade de gênero no ambiente profissional ainda é uma realidade no Brasil, e as mulheres enfrentam barreiras diárias que dificultam sua ascensão e estabilidade no trabalho. Rejane Carara Cabral, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio Hoteleiro, Restaurantes, Bares e Similares, Refeições Coletivas, Agências de Turismo e Turismo e Hospitalidade de Santa Maria, RS – SECOHTUR e diretora executiva da Contratuh, destaca desafios e caminhos para reduzir essas dificuldades por meio da atuação sindical.
Desigualdades
Muitas mulheres trabalham jornadas extensas e ainda administram o lar e os filhos. Em alguns casos, precisam de mais de um emprego para suprir as necessidades básicas da família. A falta de locais seguros para deixar os filhos torna ainda mais difícil o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, mesmo quando há benefícios como o auxílio-creche.
A disparidade entre os salários de homens e mulheres é uma questão histórica. O movimento sindical atua para garantir que convenções coletivas incluam cláusulas de equiparação salarial, além de fiscalizar empresas para evitar irregularidades. Penalidades são impostas aos empregadores que descumprem essas medidas.
Embora haja avanços, ainda há setores onde a presença feminina é escassa. Mudanças precisam vir tanto de políticas de incentivo à inclusão quanto da ampliação do debate sobre oportunidades igualitárias.
Direitos
Embora garantida por lei, a licença maternidade nem sempre é plenamente respeitada. Algumas empresas impõem condições que dificultam a permanência da gestante no trabalho, alterando sua carga horária ou função. O apoio sindical é essencial para denunciar irregularidades e assegurar que os direitos sejam cumpridos.
No sindicalismo
O preconceito contra a liderança feminina ainda persiste. Empresas resistem à atuação sindical, independentemente do gênero do dirigente, por acreditarem que a luta por melhores condições de trabalho pode ameaçar sua gestão. Muitas mulheres evitam confrontos para manter seus empregos, especialmente quando são chefes de família.
Apesar dos desafios, a luta pela igualdade continua firme, com a atuação sindical se tornando uma peça-chave na busca por mais dignidade e respeito no mercado de trabalho.
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