Em Foz do Iguaçu, profissionais do setor hoteleiro e gastronômico veem seus rendimentos crescerem significativamente graças à taxa de serviço aplicada nos estabelecimentos turísticos. Esse acréscimo na remuneração, baseado em um percentual sobre os serviços ofertados, cria uma dinâmica vantajosa tanto para os trabalhadores quanto para os visitantes, garantindo excelência no atendimento e melhores condições salariais.
A implementação dessa taxa só é possível por meio de um acordo coletivo entre as empresas e o Sindicato dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (STTHFI). Por força de lei, o valor arrecadado deve ser incorporado ao salário, impactando diretamente benefícios como o 13.º, FGTS, férias e aposentadoria.
Embora adotado majoritariamente por hotéis e restaurantes da cidade, a expansão do adicional depende do esforço do sindicato para combater a desinformação. A entidade visita empreendimentos, dialoga com a categoria e destaca as vantagens da taxa de serviço, que, na prática, formaliza a gorjeta como parte da remuneração, conforme estabelecido pela Lei Federal n.º 13.419, de 2017.
Para o presidente do STTHFI, Vilson Martins, o impacto dessa taxa na vida dos trabalhadores é notável. Segundo ele, o benefício não pesa para as empresas, já que os custos são do cliente, mas contribui diretamente para reduzir a rotatividade e estimular o aprimoramento profissional. “A remuneração dobra em muitos casos, agregando-se a outras conquistas da categoria, como o maior piso do turismo no Paraná e auxílios para creche e maternidade”, afirma.
O analista de segurança Anderson Chaga, há 24 anos atuando em um dos maiores hotéis da região, reforça a importância da taxa de serviço. Com ela, seu salário-base dobra em média ao longo do ano e pode triplicar nos meses de alta temporada. “Esse incremento nos ganhos, somado aos benefícios obtidos pelo sindicato, nos dá segurança e incentivo para apostar na carreira”, destaca.
Da mesma forma, João Rios, encarregado de almoxarifado com quase quatro décadas no setor turístico, vê a taxa como um “excelente meio de aumentar a renda”. Em seu caso, o percentual representa um acréscimo médio de 40% no salário mensal, variando conforme a demanda.
O presidente do STTHFI observa que, além de melhorar a remuneração dos trabalhadores, a taxa de serviço fortalece a qualidade do atendimento oferecido aos visitantes. “Manter profissionais qualificados exige salários e condições de trabalho adequadas. Isso impacta diretamente na experiência do turista e no sucesso dos negócios da cidade”, conclui.
No acordo coletivo de 2024, a categoria conquistou um reajuste salarial médio de 5%. Nacionalmente, de acordo com o Dieese, o ganho real dos trabalhadores formais ficou abaixo de 2%, mesmo com a recuperação econômica. Por isso, o adicional garantido pela taxa de serviço segue como um fator essencial para assegurar rendimentos mais justos e competitivos ao setor.
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