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Sindicalize ou lute sozinho contra o patrão

O trabalhador tem duas escolhas diante dos desmandos patronais: sindicalizar-se ou enfrentar sozinho o poder econômico do patrão.

No primeiro caminho, ele se une a uma entidade que não é apenas um nome ou uma sigla, mas uma estrutura viva, composta por advogados especializados, dirigentes que estudam constantemente as questões trabalhistas e, sobretudo, pela força coletiva de seus colegas de profissão. Essa unidade é um patrimônio inquestionável, fruto de conquistas históricas que já provaram sua eficácia em garantir direitos e ampliar benefícios.

No segundo caminho, o trabalhador se vê isolado, obrigado a negociar no “tête-à-tête” com o patrão. E quem é o patrão? É aquele que está amparado por exércitos de advogados, contadores e economistas, todos voltados para um único objetivo: maximizar o lucro. Para isso, não hesita em reduzir custos, precarizar condições e transformar a mão de obra em mera engrenagem descartável.

É por isso que o empresariado abomina o sindicalismo. Porque o sindicato quebra a lógica da submissão. O sindicato impede que a relação de trabalho seja reduzida à fórmula brutal do “eu mando e você obedece”. O sindicato lembra ao patrão que existe lei, que existe direito, que existe resistência.

Não é por acaso que vemos, cada vez mais, práticas antissindicais: cláusulas restritivas em convenções coletivas, intimidações veladas, manipulação de escalas como forma de punição. São tentativas desesperadas de enfraquecer a organização coletiva, porque o patrão sabe que, sozinho, o trabalhador é frágil. Mas unido, ele é forte.

O sindicalismo não é apenas uma ferramenta de defesa; é um instrumento de dignidade. É o que garante que o trabalhador não seja tratado como peça descartável, mas como sujeito de direitos. É o que transforma medo em coragem, isolamento em solidariedade, submissão em luta.

Portanto, a escolha é clara: sindicalize-se ou lute sozinho contra o patrão. E lutar sozinho, todos sabemos, é entrar numa batalha desigual, onde o resultado já está escrito.

 

  • Wilson Pereira é presidente da Contratuh e dirigente da Nova Central Sindical de Trabalhadores.

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