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Revolução digital impacta o Sindicalismo Brasileiro

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade de Foz do Iguaçu e suplente da diretoria da Contratuh aponta que o avanço tecnológico tem remodelado diversas esferas da sociedade, e o mundo do trabalho não ficou de fora. Se por um lado as novas tecnologias trazem dinamismo e possibilidades inéditas, por outro, geram desafios profundos para o movimento sindical, que luta para se manter relevante diante da digitalização do mercado.

Ameaça

A proliferação de plataformas digitais, como o Airbnb, tem impactado o mercado de trabalho, especialmente em regiões fronteiriças, como Foz do Iguaçu. A informalidade crescente na oferta de hospedagem – sem vínculo empregatício, recolhimento de impostos ou regulamentação – torna difícil para os sindicatos atuarem na defesa dos trabalhadores. A falta de regras claras fragiliza a representatividade sindical e pode comprometer direitos laborais historicamente conquistados.

Adaptação

Diante dessa nova realidade, os sindicatos enfrentam o desafio de se adaptar sem perder sua essência. O modelo tradicional de representação encontra obstáculos, pois muitas das novas formas de trabalho surgem sem vínculo empregatício formal, dificultando a proteção assegurada por legislações como a CLT e acordos coletivos, destaca Vilson. “Sem ajustes, corre-se o risco de os sindicatos perderem relevância perante um cenário cada vez mais digital”, advertiu

Menos filiados

“O futuro aponta para uma redução ainda maior do número de trabalhadores sindicalizados, caso não haja uma regulamentação eficaz das novas relações laborais. A tendência de mercado favorece o capital, muitas vezes em detrimento da mão de obra. A flexibilização desenfreada pode esvaziar o movimento sindical, tornando-o cada vez mais obsoleto frente às novas dinâmicas do trabalho”, ressalta.

Para ele, a juventude tem papel central na revolução digital e pode se tornar um ponto-chave para a renovação sindical. Com um perfil cada vez mais conectado, os trabalhadores mais jovens precisam de abordagens modernas que dialoguem com suas realidades. Estratégias como plataformas digitais de mobilização, fóruns online e representação sindical híbrida podem ajudar a manter o engajamento dessa nova geração.

Reformas trabalhistas

“Para que os sindicatos tenham força na construção de futuras reformas trabalhistas, é essencial que se modernizem e lutem pela revogação de medidas que precarizam as condições de trabalho. A criação de um novo código trabalhista pode ser um caminho para garantir direitos e fortalecer a representatividade dos sindicatos”, sugere. Diz ainda que em “um cenário onde a tecnologia molda novas formas de trabalho, a organização sindical precisa se reinventar para continuar sendo um pilar de proteção ao trabalhador.”

O sindicalismo brasileiro encara um dos maiores desafios de sua história: manter-se forte e relevante em um mundo onde a tecnologia avança rapidamente. A resposta para essa questão pode estar na capacidade de adaptação e na defesa de uma regulamentação justa para todos.

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