A reforma trabalhista de 2017, foi vendida ao público como uma medida necessária para tornar o mercado de trabalho mais flexível e atrativo. Mas por trás dessa promessa, o que se consolidou foi um projeto que desmontou direitos fundamentais, fragilizando as relações entre empregadores e trabalhadores.
Trabalho precarizado
A explosão do trabalho por aplicativos é um dos reflexos mais evidentes dessa mudança. O que poderia ser uma oportunidade de autonomia virou sinônimo de instabilidade e desproteção social. Milhares de trabalhadores agora vivem sob jornadas imprevisíveis, sem garantias mínimas, sem férias, sem previdência, e muitas vezes sem sequer serem reconhecidos como empregados.
Sindicatos atingidos
Ao atacar a estrutura de financiamento sindical, a reforma limitou severamente a atuação das entidades. Com menos recursos, os sindicatos perderam poder de negociação e influência, deixando trabalhadores mais expostos às decisões unilaterais das empresas. Essa fragilização, combinada à crescente informalidade, resultou em um cenário onde denúncias e reivindicações se tornaram raridade – não por falta de injustiças, mas por medo ou falta de amparo jurídico.
Maior desigualdade
Quem mais sofre com essas mudanças são os trabalhadores já historicamente marginalizados: periféricos, negros e pessoas de baixa renda. São eles que ocupam a maioria dos postos informais e precarizados, com menos acesso a benefícios e segurança no emprego. Ao invés de promover um mercado de trabalho mais equilibrado, a reforma ampliou as desigualdades, fazendo com que direitos básicos se tornassem um luxo acessível para poucos.
Temer e aliados
Enquanto trabalhadores enfrentam a incerteza, a elite empresarial celebra. A reforma foi moldada para favorecer empregadores, reduzindo custos com contratações formais e facilitando a exploração da força de trabalho. O discurso da “modernização” se desfez rapidamente, revelando um país que, ao invés de avançar, retrocedeu décadas na proteção ao trabalhador.
Se a política fosse verdadeiramente comprometida com o trabalhador, em vez de contribuir para Michel Temer justificar sua obra, estaria cobrando responsabilização pelos danos causados. Afinal, quando uma reforma desmonta direitos e precariza vidas, quem deveria estar sob os holofotes não é o seu criador – mas sim aqueles que sofrem suas consequências.
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