O Dia do Trabalhador, celebrado em 1º de maio, carrega uma história de lutas e conquistas da classe trabalhadora. A origem dessa data remonta ao movimento sindical de Chicago, nos Estados Unidos, onde operários reivindicavam a redução da jornada de trabalho e acabaram duramente reprimidos. Desde então, o dia tornou-se um símbolo da resistência dos trabalhadores ao redor do mundo.
No Brasil, a celebração deste ano foi marcante, especialmente em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, um dos berços do sindicalismo brasileiro. Após nove anos, a tradicional festa voltou a reunir milhares de pessoas em shows e manifestações, reforçando pautas históricas que ainda aguardam solução.
Celebração e Mobilização
A festa do Dia do Trabalhador no ABC Paulista contou com apresentações de Tiee, MC Hariel, Pixote e Belo, mas também foi espaço para reivindicações. Entre os temas discutidos, a escala 6×1 (seis dias de trabalho para um de descanso) foi a questão mais mencionada pelos manifestantes e sindicalistas.
Líderes sindicais e autoridades públicas reforçaram a necessidade de um debate amplo sobre essa jornada, defendendo melhorias para a classe trabalhadora.
Redução da jornada
O vice-presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Gheorge Vitti, destacou que a redução da jornada de trabalho é uma pauta histórica, citando o movimento de Chicago como referência. “A data nasce em 1886, numa greve organizada por trabalhadores em Chicago. Pessoas foram mortas e a pauta era o quê? Redução de jornada de trabalho”, lembrou Vitti.
Ele enfatizou que, desde 1962, os bancários conquistaram uma jornada de seis horas diárias e que essa conquista deveria ser estendida a outras categorias. O presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, José Evandro Alves da Silva, reforçou essa necessidade ao afirmar que os trabalhadores merecem mais tempo para estudar, ter cultura e lazer.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, também pediu engajamento político para pressionar parlamentares a acabar com a escala 6×1. Segundo ele, essa jornada é “extenuante, como uma escravidão”.
Fortalecimento
Além dos sindicalistas, o evento contou com a presença de ministros do governo, como Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) e Aparecida Gonçalves (Ministra das Mulheres).
O presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Moacyr Auersvald, destacou que o Dia do Trabalhador não é apenas uma data comemorativa, mas um momento de reafirmação das conquistas históricas. Ele mencionou a jornada de oito horas instituída pela OIT em 1919 e a inclusão das férias remuneradas na Constituição de 1988, ressaltando que cada avanço só foi possível através da mobilização coletiva.
Pauta e desafios
A Nova Central Sindical reafirmou seu compromisso com as reivindicações aprovadas na Plenária Nacional e enviadas ao presidente Lula. Entre os pontos defendidos estão a redução da jornada semanal de 44 para 36 horas sem perda salarial, a valorização do salário-mínimo e a regulamentação dos direitos dos trabalhadores por aplicativos.
Estudos indicam que a redução da jornada poderia gerar até 2,5 milhões de empregos, além de aliviar a carga de trabalho excessiva. Pesquisas também alertam sobre os riscos para a saúde dos trabalhadores submetidos a jornadas extensas, como o aumento de doenças cardiovasculares e transtornos mentais.
Convocação
Neste Dia do Trabalhador, as lideranças sindicais convocaram a classe trabalhadora a se unir em defesa de direitos e melhores condições de trabalho. A luta continua para que o progresso econômico caminhe lado a lado com a dignidade e qualidade de vida dos trabalhadores.
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