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Turismo sustentável e trabalho seguro em tempos de clima instável

Preservar o meio ambiente é também preservar vidas — especialmente as dos trabalhadores que sustentam o setor de turismo e hospitalidade em regiões de alta vulnerabilidade climática.

À medida que o mundo se prepara para a COP 30, em Belém do Pará, o Brasil tem a oportunidade histórica de mostrar que é possível conciliar desenvolvimento turístico com responsabilidade ambiental e proteção social. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade – Contratuh, que representa uma das maiores forças laborais no turismo do país, mostra-se preocupada, diretamente pelas condições climáticas estáveis e de ambientes saudáveis para que o trabalhador tenha como preservar a natureza e ao mesmo tempo prosperar na sua atividade laboral.

Mas nunca é demais relembrar que, os profissionais que atuam nesse setor — guias turísticos, trabalhadores de hotelaria, transporte, alimentação e eventos — estão cada vez mais expostos a extremos de calor, chuvas intensas, enchentes e outros fenômenos agravados pelos impactos ambientais. É urgente que políticas públicas e práticas empresariais considerem as peculiaridades regionais e garantam ambientes de trabalho seguros, adaptados e resilientes.

O presidente da CONTRATUH, Wilson Pereira defende um modelo de turismo que respeite os limites ecológicos, valorize as comunidades locais e proteja os trabalhadores. Isso inclui a adoção de medidas contra o estresse térmico, como áreas de descanso climatizadas e nas áreas de calor extremo, infraestrutura adaptada para chuvas intensas e alagamentos, especialmente em destinos amazônicos e costeiros, capacitação contínua sobre riscos ambientais e protocolos de segurança, incentivo à certificação ambiental de empreendimentos turísticos, com critérios que incluam saúde ocupacional.

Compromissos

Wilson destaca que a COP 30 será um palco global para reafirmar o compromisso da entidade com um turismo que, não apenas encanta visitantes, mas também cuida de quem o torna possível. “A COP 30 em Belém é mais do que uma conferência, é um chamado para que o turismo brasileiro se torne referência em sustentabilidade e justiça climática. Precisamos garantir que nossos trabalhadores estejam protegidos diante dos desafios ambientais que já estão entre nós.”

O mesmo pensamento é defendido por Moacyr Auersvald, vice-presidente da Contratuh e presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores: “Não há turismo de qualidade sem trabalhadores saudáveis e seguros. Em regiões como o Norte e o Nordeste, onde o calor e as chuvas são extremos, precisamos de políticas que respeitem as realidades locais e protejam quem está na linha de frente da hospitalidade.”

As empresas

“Empresas do setor têm responsabilidades estratégicas, como investir em infraestrutura resiliente, capacitação e bem-estar dos trabalhadores. Isso não é apenas responsabilidade social, é inteligência de negócio em tempos de crise climática”, ressalta Wilson.

Quanto ao turismo, Moacyr destaca que “o futuro do turismo será sustentável ou não será. E isso começa com respeito ao meio ambiente e às pessoas que fazem esse setor acontecer todos os dias.”

“A COP 30 é o momento de unir forças. Trabalhadores, empresas e governos devem caminhar juntos por um turismo que respeite o planeta e valorize quem o constrói todos os dias”, conclui Wilson Pereira.

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