Nesta sexta-feira começam os festejos carnavalescos em todo o Brasil. É a primeira movimentação em massa depois da pandemia. É preciso ficar atento porque o Brasil pode estar se aproximando de uma nova onda de casos e mortes por covid-19. O Carnaval pode potencializar esse problema.
O cientista de dados Isaac Schrarstzhaupt, coordenador da Rede Análise Covid-19, alerta para a tendência de aumento de casos, mesmo com as subnotificações e vê com preocupação a alta de internações em São Paulo.
O abandono de medidas preventivas facilita a propagação do coronavírus. Além disso, ainda muita gente com a vacinação incompleta. Até mesmo pessoas vacinadas podem contrair o vírus, mesmo assintomáticas, tornando-se difusores da doença. São fatores que abrem espaço para o surgimento de novas cepas.
“Como estamos transmitindo o vírus praticamente sem barreira, a transmissão está livre, leve e solta. O que acontece quando o vírus tem oportunidade de entrar num corpo e atingir as células? Ele tem oportunidade de mutação. Por isso estamos vendo mais variantes seguidamente. Muita gente está contraindo. Por mais que não fique grave, acaba proporcionando essas oportunidades de mutação para o vírus”, explica.
Coincidentemente, neste mês de fevereiro, o Brasil completa um ano de consolidação dos níveis mais baixos de mortes por covid-19 desde o início da pandemia. Algumas semanas antes do Carnaval do ano passado, o número de óbitos por causa do coronavírus entrou em um movimento descendente histórico.
Desde de abril, o Brasil nunca mais registrou média superior a 300 casos fatais por dia e entrou no platô de mais longa duração da emergência sanitária. Para uma nação que chegou a médias diárias superiores a 3 mil, a notícia pode parecer boa. Mas o registro atual de óbitos a cada 24 horas ainda coloca a covid-19 como uma das principais causas de perdas humanas por ano no Brasil.
Vacina e máscara
O mais indicado no momento é completar o esquema vacinal, com a quantidade de doses indicada para cada grupo. A imunização diminui as chances de evolução para casos graves e mortes.
Nas festas de rua e aglomerações, o uso da máscara é muito importante. Em locais fechados, o cuidado com o uso da máscara deve redobrar. A proteção também deve ser usada na presença de idosos e idosas e de pessoas com imunidade comprometida. Vale lembrar que máscaras de boa qualidade, como as PFF2, têm um índice de proteção maior. Quem apresentar sintomas deve se isolar.