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“Rei do Ovo” critica o trabalhador, mas paga mal

O empresário Ricardo Faria, conhecido como o Rei do Ovo, voltou a criticar o cenário de contratação no Brasil, alegando que programas sociais como o Bolsa Família dificultam a formalização de trabalhadores. Em entrevista recente ao jornal Folha de S. Paulo, ele afirmou que há um “desastre” na busca por mão de obra, pois muitos estariam “viciados” no auxílio governamental e rejeitariam empregos formais.

Além da crítica ao programa social, Faria também enfrenta acusações de manter funcionários com os mais baixos salários do mercado. Segundo especialistas, a remuneração oferecida por sua empresa, a Global Eggs, estaria abaixo da média do setor, o que poderia explicar a dificuldade de contratação. O empresário, no entanto, argumenta que o problema não está nos salários, mas na falta de interesse dos trabalhadores em empregos formais.

Comparação

Faria comparou o ambiente de negócios brasileiro com o dos Estados Unidos e Europa, onde sua empresa também opera. Segundo ele, empreender no Brasil é como “remar rio acima com cobra e jacaré no caminho”, enquanto nos EUA seria “remar morro abaixo”. Ele defendeu uma desburocratização ampla e criticou a atuação do Judiciário na aplicação de reformas trabalhistas.

O empresário também mencionou que nos EUA um trabalhador do setor de ovos pode receber até US$ 20 por hora, enquanto no Brasil os salários são significativamente menores. Essa disparidade reforça as críticas sobre a remuneração oferecida por sua empresa.

Impostos

Além das dificuldades para contratar, Faria criticou a alta carga tributária e a insegurança jurídica no Brasil. Ele afirmou que já transferiu sua residência fiscal para fora do país e que o sistema atual “premia o pequeno e pune quem quer crescer”. Também se posicionou contra o aumento de impostos para milionários e reclamou da recente cobrança do IOF sobre operações financeiras.

A fala do empresário gerou forte repercussão nas redes sociais, com críticas de políticos e economistas. Alguns apontam que, se os salários oferecidos fossem mais competitivos, a dificuldade de contratação poderia ser reduzida. Outros defendem que programas sociais como o Bolsa Família são essenciais para garantir dignidade mínima a milhões de brasileiros.

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