Filiado a:

Mulheres gastam 9,6 horas por semana nos afazeres domésticos

Em 2019, as mulheres dedicavam 10,6 horas a mais do que os homens aos afazeres domésticos e/ou cuidados de pessoas. Em 2022, essa diferença era de 9,6 horas.

Apesar dessa pequena redução, 92,1%% das mulheres com 14 anos ou mais realizaram afazeres domésticos e/ou cuidado de pessoas em 2022, enquanto apenas 80,8% dos homens desse grupo etário estavam envolvidos nessas atividades.

Os homens da região Nordeste mostraram a menor taxa de realização: 73,9%. A divisão das tarefas domésticas permanece desigual mesmo entre os trabalhadores: em média, as mulheres ocupadas dedicaram 6,8 horas a mais do que os homens ocupados aos afazeres domésticos e/ou cuidado de pessoas em 2022.

No país, a taxa de realização de afazeres domésticos entre as pessoas com 14 anos ou mais de idade passou de 85,9% em 2019 para 85,4% em 2022, ou o equivalente a 148,1 milhões de pessoas nesse grupo etário realizando aquelas atividades.

A realização de afazeres domésticos era maior entre homens com curso superior completo (86,2%) e menor entre os sem instrução ou com ensino fundamental incompleto (74,4%).

As mulheres que se declararam pretas tinham a maior taxa de realização de afazeres domésticos (92,7%).

A taxa de realização de cuidado de pessoas caiu de 33,3% em 2019 para 29,3% em 2022, ou o equivalente a -5,3 milhões de pessoas.

No período, considerando o cuidado no domicílio, houve redução do cuidado de crianças de 0 a 14 anos e aumento do cuidado de moradores de 15 a 59 anos e de idosos.

A taxa de realização de trabalho voluntário foi de 4,2%, o equivalente a 7,3 milhões de pessoas com 14 anos ou mais de idade envolvidas nessa atividade. Entre 2019 e 2022, houve aumento dessa taxa de realização nas cinco Grandes Regiões.

Entre 2019 e 2022, o que mais contribuiu para a variação negativa da taxa de realização de afazeres domésticos no País foi a diminuição de 1,1 ponto percentual (p.p.) na taxa observada entre as mulheres. “Mas não dá para afirmar que a divisão de tarefas ficou mais equilibrada porque, entre os homens, a taxa ficou estável, passando de 79,0% para 79,2% no período”, diz a analista da pesquisa.

Mulheres pretas são as que mais realizam afazeres domésticos

As taxas de realização de afazeres domésticos pelas mulheres brancas (90,5%), pretas (92,7%) ou pardas (91,9%) são sempre mais altas que a dos homens dos mesmos grupos de cor ou raça (80,0%, 80,6% e 78,0%, respectivamente).

Jovens de 14 a 24 anos realizam menos afazeres domésticos, com uma taxa de 77,6%; percentual que chega a 89,3%, entre os adultos de 25 a 49 anos. A menor taxa de realização ocorreu entre os homens de 14 a 24 anos (69,3%), e a maior, entre as mulheres de 25 a 49 anos (95,1%). O grupo de mulheres de 50 anos ou mais apresentou a maior redução da taxa de realização entre 2019 e 2022 (-1,7 p.p.).

“Homens e mulheres dessa faixa tiveram redução importante na taxa, porque o contingente que realiza afazeres (6,7%) cresceu mais lentamente do que a população nessa faixa etária (8,5%)”, completa Alessandra Brito.

As menores taxas de realização de afazeres domésticos eram do grupo dos filhos(as) ou enteados(as): 74,4%, sendo 67,0% para homens e 83,8% para as mulheres.

Pequenos reparos é a única atividade em que os homens predominam 

Entre 2019 e 2022, as atividades que mais cresceram foram cuidar dos animais domésticos (3,3 p.p.); cuidar da limpeza ou manutenção de roupas e sapatos (2,8 p.p.); e fazer pequenos reparos ou manutenção do domicílio, do automóvel, de eletrodomésticos ou outros equipamentos (2,1 p.p.). Já a atividade de fazer compras ficou estável. “Quase todas as atividades cresceram, possivelmente como reflexo da pandemia”, destaca a analista da pesquisa.

Em 2022, as atividades ligadas à alimentação, limpeza ou manutenção de roupas e sapatos e limpeza ou arrumação do domicílio ainda estavam concentradas nas mulheres. Já nos pequenos reparos ou na manutenção do domicílio, os homens (60,2%) tinham maior percentual de realização que as mulheres (32,9%).

Fonte: IBGE, foto de Bel Corção.

O que achou da matéria? Comente em nossas redes sociais.