Com as mudanças no comportamento de mulheres e homens, os cuidados pessoais com cabelo, pele, pés, mãos e com o corpo como um todo passaram a refletir um padrão de beleza mais diversificado, resultado de um processo muito importante. Nesse contexto, os valores associados à estética levaram marcas brasileiras a investir na valorização da biodiversidade étnica, acompanhando transformações no comportamento e nas formas de expressão.

Surgiram então os improvisos nos salões de beleza e as receitas caseiras, que hoje estão presentes nas prateleiras de lojas em Nova York, Paris e Tóquio, com rótulos que explicam a origem de ativos como murumuru, pracaxi e cupuaçu. Dentro desse processo de mudanças, ganhou destaque a diversidade dos cabelos cacheados e crespos, que conquistaram protagonismo. As cartelas de maquiagem também acompanharam essa evolução, trazendo novos tons e campanhas capazes de competir em qualidade com produtos internacionais, sem perder a identidade brasileira.

No ponto de venda, a estética nacional manteve sua força por meio de texturas, aromas e embalagens que influenciam fortemente a decisão de compra. Esse histórico de afeto do brasileiro — de gostar de sentir, tocar e até cheirar — fortalece o consumo e amplia o poder de compra e venda. O resultado é claro: a estética brasileira está consolidada pelo consumo e é amplamente utilizada por profissionais de beleza, que acompanham fielmente essa evolução por meio de cursos de atualização, enriquecendo seus conhecimentos e tornando-se aptos a atuar em uma atividade tão competitiva e desafiadora.

Os desafios, no entanto, permanecem: cuidar e embelezar uma população tão diversa e exigente. Nós, profissionais da beleza, temos a tarefa contínua de atualização de conhecimentos para acompanhar esse mercado tão importante e necessário.

• Maria dos Anjos Mesquita Hellmeister é presidente do SindeBeleza SP e diretora da Mulher e Gênero da Contratuh