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Carta de Oposição: A importância da Educação Sindical

É bastante triste e até revoltante, dependendo da forma como acontece, receber uma Carta de Oposição. Negociações coletivas, assembleias, visitas a locais de trabalho, reuniões com parlamentares, dissídios, entre outras tantas atividades, exercidas em prol da categoria como um todo, não apenas para os sindicalizados, parecem que vão por água abaixo.

Reflexão sobre a Realidade dos Trabalhadores

Mas, como o sistema sindical já está acostumado a águas revoltas, dentro do redemoinho é possível refletir, empaticamente, na realidade cotidiana dos trabalhadores e trabalhadoras do nosso país.

O brasileiro é atingido, desde o início da vida, por uma conjuntura de fatores que o aliena e o deixa refém de uma formação política relativamente escassa. Quando adulto, são muitos os compromissos para pouco dinheiro. Geralmente trabalha para sobreviver, percorre uma extensa jornada diária, por desconhecer os benefícios dos sindicatos, posterga tratamentos de saúde, ou compromete boa parte do baixo salário para realizá-los, é bombardeado por uma imprensa sabidamente patronal que agora é incrementada pelas fake news da extrema direita.

Desafios e Oportunidades de Educação Sindical

É uma pessoa saturada, esmagada por um país que amassa seus cidadãos para prover lucros para meia dúzia de CPFs. E na sua relação diária com o trabalho, com o patrão, lhe é apresentado o desconto da Contribuição Assistencial. Em uma reação instintiva, de quem já tem a vida constantemente assaltada, o trabalhador se indigna e naturalmente se opõe, às vezes sequer sabe o nome do sindicato e aqui cabe um ponto importante para debater.

O trabalhador conhecer o sindicato apenas no momento do desconto da Contribuição Assistencial é um cartão de visitas terrível, para alguém que já tem uma vida complicada. Principalmente porque este cartão é ofertado pelo empregador.

Muitas vezes o trabalhador vai buscar referências do sindicato na internet e não encontra, talvez ache um site abandonado. Além do papel fundamental na mediação entre o capital e a exploração da mão de obra do trabalhador, o sindicato também é um agente educador. O sindicalismo brasileiro tem oito grandes conquistas que não caíram do céu (décimo terceiro salário, salário mínimo, jornada de 44 horas semanais, seguro-desemprego, férias, horas extras, adicional de periculosidade e aposentadoria) e a população desconhece esses fatos históricos

A educação sindical não só esclarece os direitos e conquistas, mas também fortalece a solidariedade entre os trabalhadores, preparando-os para enfrentar os desafios impostos pelo neoliberalismo e pela desinformação.

Comunicação Eficaz e Modernização

Hoje em dia, por meio das mídias digitais, é possível se comunicar com o trabalhador aos finais de semana, quando ele estará mais disponível e menos carregado. É impensável um sindicato sem um site para atender todas as dúvidas do trabalhador e com todos os serviços e benefícios disponíveis.

Hoje, é possível furar a bolha da mídia. O brasileiro passa, em média, 9 horas por dia no celular. Em 2022, havia 165 milhões de usuários no WhatsApp e números igualmente exorbitantes em redes sociais como Instagram e Facebook, como já discutimos aqui.

Parcerias Educativas e Conscientização

É possível também organizar eventos em parcerias com universidades, para que os alunos tenham conhecimento da realidade sindical antes mesmo de ingressarem no mercado.

É o sindicato quem deve educar, de forma pedagógica, os cidadãos e cidadãs sobre suas atividades e mostrar o que está em jogo na disputa econômica.

A Percepção dos Trabalhadores

Na correria do dia a dia, o patrão surge com uma ameaça: ‘O sindicato quer tomar um dia do seu salário!’ Esse tipo de discurso alimenta o senso comum e a imagem pejorativa que o neoliberalismo tem construído contra a luta sindical, ecoando na imprensa e na boca do patrão. Mas é justamente nesse cenário que surgem novas oportunidades. Os sindicatos enfrentam o desafio de romper com esses estereótipos e inovar na comunicação direta com o trabalhador. Hoje, com tantas plataformas disponíveis, é possível mudar o jogo e reconectar o movimento sindical com suas bases. A hora é agora para transformar esses desafios em vitórias!

  • Pedro Thiago, Assessor de Comunicação do Sintibref-MG
    Coordenador de Conteúdo da Pitanga Comunicação e Cultura

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