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A quem interessa asfixiar a representação sindical?

Lamentável que parlamentares brasileiros nivelem a relevância do movimento sindical, apenas à luz de maus exemplos no foco das lentes da mídia. Que pena que alguns trabalhadores e alguns parlamentares brasileiros tenham mente curta e já se esqueceram de onde se originaram as conquistas trabalhistas que passaram a compor os direitos trabalhistas coletivos inseridos em nossa Constituição Federal. Todas nasceram das lutas, das manifestações e das Convenções Coletivas de Trabalho dos Sindicatos, eu disse: dos SINDICATOS e não de sindicalistas, esses passam, esses acertam, outros erram e falham, outros envergonham até a si próprios (são humanos) e outros podem até errar, mas tentando acertar, na turbulência das relações capital/trabalho, entretanto a Instituição SINDICAL, essa fica, ou deveria ficar, não fosse a sanha dos “representantes do povo”, da mídia cega e do capital em ver o fim das entidades sindicais , em especial , da representação dos trabalhadores.

“A decisão de facilitar oposição ao custeio sindical por meio digital é um duro golpe contra a organização dos trabalhadores no Brasil. A história das convenções coletivas de trabalho mostra que nenhum direito surgiu espontaneamente ou por mera concessão dos empregadores ou do Estado – todos os avanços foram fruto de lutas das organizações sindicais, mobilizadas, presentes na defesa dos seus representados e por estes custeadas, sem recursos públicos que as inibissem, e sem recursos de patrões, que pudesse colocá-las de joelhos.

Ao permitir que o custeio sindical, seja cancelado com um clique digital, o Congresso Nacional asfixia as organizações que incomodam a uns poucos e promove o desequilíbrio de um dos pilares da democracia, construindo um abismo nas relações entre capital e trabalho, relações que por si só são desiguais, pois só os iguais, são iguais perante a lei, é o meu entendimento.

Asfixiar essa organização, sem dar tratamento igual às organizações patronais, aos conselhos profissionais e ao custeio do fundo partidário, esbarra as raias da crueldade, fomenta a passos largos a terceirização desenfreada, a pejotização, a contratação “autônoma“, o trabalho escravo, a violência do mundo do trabalho, e num curto espaço de tempo, enterrará a CLT, e a já enfraquecida Justiça do Trabalho. Quem defende a tese de mercado livre nas relações de trabalho, certamente tem certeza de que jamais envelhecerão (e podem não envelhecer, morrerão no percurso da selvageria desse novo modelo de “relações “)

É a serviço dessa realidade que alguns, não poucos parlamentares, estão a serviço. Não é preciso grandes gastos, basta, com um click, acessarem o sistema mediador do Ministério do Trabalho e constatarem onde está “investido “ os recursos dos trabalhadores que custeiam suas entidades sindicais, acessando as inúmeras convenções coletivas de trabalho e acordos coletivos de trabalho fruto do mister das organizações sindicais, que por serem representantes de categorias e não de contribuintes, todos, contribuintes ou não, usufruem dos seus resultados , inclusive os que de forma desleal e rasteira manifestam oposição ao custeio, mas não abrem mão dos benefícios, o que seria justo, não? Afinal os “novos modelos do mundo do trabalho devem ser mais fáceis de serem conquistados, não?” Difícil será mantê-los.

Senhores e Senhores, Respeito é uma via de mão dupla.

  • Vera Lêda Ferreira de Morais trabalhadora que conquistou o direito à aposentadoria por tempo de serviço, uma das fundadoras do SEICON DF (juntamente com bravos e respeitáveis companheiros) do Sindicato dos Trabalhadores em Edifícios e Condomínio e em Empresas de Compra Venda e Locação de Imóveis do Distrito Federal, atual presidente do Fetratuh DF, diretora da Contratuh e vice-presidente da NCST DF e entorno do DF e especialmente, esposa, mãe, avó e filha do Deus altíssimo.

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