Atendendo à pressão direta das manifestações populares que tomaram as ruas em apoio à proposta do governo federal, a Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade o Projeto de Lei 1087/25. A medida isenta do Imposto de Renda os brasileiros que recebem até R$ 5 mil mensais e estabelece uma tributação adicional para rendimentos acima de R$ 600 mil por ano.
A mobilização social foi decisiva. Diante da força e da clareza do recado vindo da população, os parlamentares se viram compelidos a acolher a proposta sem resistência. A votação expressiva não refletiu protagonismo legislativo, mas sim o reconhecimento tardio de uma demanda que já havia sido legitimada nas ruas.
A proposta, elaborada pelo Poder Executivo, busca corrigir distorções históricas na tributação da renda. Enquanto trabalhadores comuns pagam entre 9% e 11% de IR sobre seus ganhos, os mais ricos — cerca de 141 mil contribuintes — recolhem, em média, apenas 2,5%. Com a nova regra, esse grupo passará a contribuir com um mínimo de 10%.
Além da isenção para quem ganha até R$ 5 mil, o projeto também ajusta o desconto simplificado na declaração anual e estende o benefício ao 13º salário. A faixa de redução gradual foi ampliada até R$ 7.350 mensais, mantendo a progressividade da tabela.
A medida representa uma renúncia de R$ 25,4 bilhões em arrecadação, mas é vista como um passo essencial para promover justiça tributária e reduzir desigualdades estruturais. Lideranças sociais e representantes da sociedade civil celebraram a aprovação como uma vitória coletiva, fruto da mobilização cidadã e da pressão legítima por um sistema mais justo.
A proposta segue agora para o Senado, onde a expectativa é de que o eco das ruas continue a guiar os rumos da reforma tributária.
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