Durante a COP 30, diárias em Belém chegam a R$ 6.500 — valor que supera até hospedagens de luxo em Nova York. Mas enquanto os preços explodem, os trabalhadores que mantêm esses hotéis funcionando continuam recebendo salários modestos, muitas vezes abaixo de R$ 1.500 mensais, segundo dados do setor de turismo e serviços.
Vamos ao comparativo:
- Diária média durante a COP 30: R$ 3.000 a R$ 6.500
- Salário médio de camareiras, recepcionistas e auxiliares: R$ 1.200 a R$ 1.800/mês
- Um único hóspede pode gastar em uma noite o equivalente a 3 meses de salário de quem o atende.
E o lucro vai para quem?
- Proprietários e plataformas de hospedagem (como Airbnb e Booking) concentram os ganhos.
- Os trabalhadores continuam com os mesmos salários, sem bônus, sem participação nos lucros e, em muitos casos, com jornadas intensificadas.
A COP 30 deveria ser um evento de inclusão e justiça climática. Mas sem justiça econômica, o discurso perde força. É hora de discutir:
- Valorização dos profissionais do turismo
- Distribuição justa dos lucros
- Combate à exploração em nome do progresso
Que a COP 30 não seja só um palco para líderes globais, mas também uma oportunidade de transformar a realidade de quem vive e trabalha na Amazônia.
Contratuh
O presidente da Contratuh, Wilson Pereira, que se prepara para nos próximos dias participar de mais uma reunião do Conselho Nacional de Turismo, ao qual integra, condena esse tipo de prática do mercado, com diárias e preços aviltantes. “Esta tem que ser uma oportunidade para atrairmos o turismo mundial para a Amazônia, com atendimento de primeira qualidade e demonstrando que temos condições de oferecer alto padrão, estimulando que o país seja uma referência para outras visitas e boa divulgação de nosso trabalho. Não será com praticas oportunistas que vamos atrair o público. O perigo é que uma iniciativa desse calibre acabe se tornando uma repelência para as nossas ofertas”, criticou.
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