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O comportamento do político eleito com seu voto

Quando fazemos a escolha de votar em um candidato para um cargo político, seja no poder Executivo ou no Legislativo, no âmbito municipal, estadual ou federal, estamos fazendo um exercício democrático, declarando que confiamos naquela pessoa para nos representar.

Para sabermos se o político eleito com nosso voto está correspondendo às nossas expectativas, precisamos buscar saber como ele está se comportando.

A partir do comportamento do político podemos compreender se ele é coerente com o que disse durante a campanha e se tem opiniões que atendem às suas expectativas ou não.

Enquanto candidato, é importante perceber que tipo de discurso tem o postulante a um cargo público, se atende a interesses de grupos, quais são os eleitores que ele pretende atingir, quais classes sociais, para qual estrato da sociedade está voltado suas promessas.

Por que esse conhecimento é importante?

Porque, assim, já é possível ter ideia de como o candidato irá se comportar no exercício do cargo, caso eleito. E, se não for, ainda assim será possível conhecer sua posição política e ideológica.

Veja o caso do deputado federal Eduardo Bolsonaro, um dos mais votados no estado de São Paulo. Somente na cidade de Limeira, mais de 4 mil pessoas votaram nele.

Ele está na metade de seu mandato na Câmara dos Deputados. O que ele trouxe de benefícios para a cidade de Limeira? Abandonou o exercício do cargo de deputado e encontra-se nos Estados Unidos, fazendo política contra o Brasil.

Alguém poderia argumentar que ele está nos EUA defendendo seu pai. Embora não tenha sido eleito com essa proposta, vamos admitir esse amor paterno. Mas, então, por que não faz sua defesa dentro das instituições que garantiram sua eleição e o seu mandato, para fazer valer suas convicções aqui no Brasil?

É inadmissível abandonar o exercício do cargo para o qual foi eleito, a fim de praticar atos que atentam contra a pátria, instigando o presidente dos EUA a intervir nas instituições brasileiras, com ameaças de taxação de produtos exportados, interferência no sistema PIX e até no comércio da região da 25 de Março, em São Paulo, incentivando empresas instaladas no Brasil a se transferirem para os Estados Unidos.

Esse tipo de atitude coloca em risco o desenvolvimento do país, pode aumentar o desemprego e comprometer a soberania nacional. Na verdade, mal sabemos as consequências que poderão decorrer disso.

Por isso, penso que, independentemente de qualquer ideologia política — ou mesmo da ausência dela —, na condição de cidadãos brasileiros, todo temos o dever de defender a soberania do nosso país.

Não seria surpresa se Eduardo Bolsonaro não fizesse muito em seu mandato, já que quase nunca fez nada de relevante na vida pública. Mas atuar, com um mandato, contra o Brasil devia ser suficiente para que todos os seus eleitores cobrassem dele o mínimo de postura e decência, especialmente como patriota que diz ser.

Se os 4 mil eleitores limeirenses fizessem algum tipo de cobrança já seria um grande avanço.

  • Artur Bueno de Camargo é vice-presidente da Nova Central e presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA)

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