Durante a marcha, as mulheres indígenas também defendem direitos dos povos e reivindicam a demarcação de novas reservas indígenas, além de se fazerem oposição a propostas políticas de liberar a mineração em seus territórios e de flexibilizar as normas de licenciamento ambiental em todo o país. Além disso, os atos discutem a violência contra os povos indígenas como um todo e a violência de gênero que acomete mulheres indígenas.
Em cima do carro de som, a líder indígena Sonia Guajajara, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), discursou. “Somos contra a mineração, o Projeto de Lei 191 que querem aprovar a qualquer momento e contra o PL 490 pelo o qual abrem a porteira para a grilagem”.
“Estamos aqui para dizer não ao agronegócio que quer destruir nossas aldeias e nossos povos”, completou Guajajara, que foi a primeira mulher indígena a concorrer numa chapa à presidência da República, em 2018.
Emocionada a sobrinha de Galdino, Clarisse Rezende, lembrou a morte do tio. “Ato de covardia queimar vivo um ser humano, um índio que veio em busca de nossos direitos. Sabemos que ele morreu lutando e estamos aqui para dar continuidade ao que ele veio buscar. Demarcação já e marco temporal não”, defendeu.
A marcha estava prevista para acontecer na Praça dos Três Poderes na última quinta (9), mas foi cancelada devido à tensão presente em Brasília por conta das manifestações do 7 de setembro. A presença de manifestantes bolsonaristas na Esplanada dos Ministérios gerou insegurança na realização do movimento indígena.