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Márcia Lopes defende, na ONU, financiamento para a saúde feminina

A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, participou na quinta-feira (30) de uma mesa de debates promovida pela ONU/AIDS, em parceria com os governos do Brasil e da África do Sul, durante a quarta reunião do Grupo de Trabalho sobre Empoderamento das Mulheres do G20 (WEWG), realizada em Joanesburgo. O encontro teve como foco o fortalecimento do financiamento sustentável para serviços de saúde voltados a meninas e mulheres, além da ampliação das ações de combate ao HIV.

Durante sua intervenção na mesa “Da América Latina e Caribe à África: um diálogo Sul-Sul sobre financiamento transformador de gênero para Saúde e HIV”, a ministra destacou que investir em saúde com perspectiva de gênero é essencial para enfrentar desigualdades estruturais. “Políticas universais que ignoram as diferenças de gênero acabam perpetuando desigualdades em vez de combatê-las”, afirmou.

Márcia Lopes defendeu a adoção de mecanismos de financiamento que tenham a igualdade de gênero como critério central, e não como complemento. Ela também ressaltou a importância de investir diretamente na chamada economia do cuidado, reconhecendo que o cuidado é uma infraestrutura social essencial — tão estratégica quanto estradas ou energia — e que aliviar a sobrecarga sobre as mulheres é uma política de saúde, desenvolvimento e justiça social.

A ministra alertou para o subfinanciamento crônico da saúde pública nas regiões do Sul Global, especialmente na América Latina, África e Caribe, onde meninas e mulheres enfrentam os impactos da pobreza, da violência e do trabalho de cuidado não remunerado. “Esse cenário exige uma revisão profunda dos modelos de propriedade intelectual, da produção local de insumos e das alianças globais”, pontuou.

Em sua fala, Márcia Lopes também apresentou iniciativas do Governo Brasileiro, como o lançamento do Fórum das Mulheres na Saúde, promovido pelos Ministérios da Saúde e das Mulheres, que visa dar visibilidade às ações da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres.

Ao abordar os avanços no enfrentamento ao HIV, a ministra destacou que, em 2023, o Brasil registrou taxa de transmissão vertical inferior a 2%, e a incidência da doença em crianças caiu para menos de 0,5 caso por mil nascidos vivos. “Esses resultados refletem não apenas o retorno de políticas baseadas em evidências, mas também o protagonismo das comunidades na manutenção da vigilância e da prevenção, mesmo nos momentos de maior fragilidade institucional”, disse.

Encerrando sua participação, Márcia Lopes reforçou que a saúde é o elo entre o direito à vida, a igualdade de gênero e o desenvolvimento sustentável. “Não há prosperidade possível enquanto milhões de mulheres e meninas continuarem excluídas dos sistemas de proteção, da autonomia econômica e do acesso pleno à saúde”, concluiu.

Fonte: Ascom MMulheres

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