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Juventude brasileira não cabe na jornada 6×1: uma crítica sobre trabalho e futuro

Publicado originalmente no portal Outras Palavras por Débora de Araújo Costa e Ezequiela Zanco Scapini, o artigo “A juventude brasileira não cabe em uma jornada 6×1” integra a série “Escala 6×1 e a redução da jornada de trabalho”, realizada em parceria com o Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho (Cesit/Unicamp). A publicação oferece uma reflexão contundente sobre os limites e contradições do atual modelo de organização laboral no Brasil, especialmente para os jovens. Débora de Araújo Costa é doutoranda em Direito do Trabalho e Seguridade Social na Universidade de São Paulo (USP) e Ezequiela Zanco Scapini é doutoranda em Ciências Sociais na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A crítica à jornada 6×1

As autoras partem da constatação de que a jornada 6×1 — seis dias de trabalho para um de descanso — é incompatível com os projetos de vida da juventude brasileira. Mais do que uma simples escala, ela representa um obstáculo à formação educacional, à convivência familiar e ao lazer, elementos fundamentais para o desenvolvimento humano.

Segundo o texto, essa lógica de trabalho intensivo compromete o tempo livre e a saúde mental dos jovens, que muitas vezes precisam conciliar o emprego com estudos e outras responsabilidades. A jornada 6×1, nesse contexto, não apenas limita o acesso à educação, mas também perpetua desigualdades sociais e econômicas.

Juventude como sujeito político

Outro ponto forte da análise é a valorização da juventude como sujeito político. As autoras destacam que os jovens não são apenas vítimas de um sistema excludente, mas também protagonistas de lutas por direitos, melhores condições de trabalho e por uma vida digna. A crítica à jornada 6×1 é, portanto, também uma crítica ao modelo de sociedade que prioriza a produtividade em detrimento da qualidade de vida.

Trabalho decente e redução da jornada

O artigo defende a redução da jornada de trabalho como uma medida urgente e necessária para garantir o chamado “trabalho decente”, conceito promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Para as autoras, é preciso repensar o tempo dedicado ao trabalho e redistribuí-lo de forma mais justa, permitindo que os jovens tenham acesso a educação, cultura, lazer e participação social.

Um chamado à transformação

Mais do que uma denúncia, o texto é um chamado à transformação. Ao evidenciar os impactos da jornada 6×1 na juventude, Débora Costa e Ezequiela Scapini propõem um novo olhar sobre o trabalho, que leve em conta os desejos, necessidades e direitos das novas gerações. A juventude brasileira, afirmam, não cabe em uma jornada que a sufoca — e merece um futuro mais livre, justo e possível.

Para quem se interessou pela análise e quer vê-la completa, o link de acesso é: A juventude brasileira não cabe em uma jornada 6×1 | Outras Palavras

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