Médicos infectologistas ouvidos pela reportagem do Estado de Minas, nesta sexta-feira (20), foram unânimes em afirmar que não existe no mundo nenhum estudo científico comprovando a eficácia do uso do medicamento Hidroxicloroquina para combater o coronavírus. O remédio é usado para combater malária, lupus e outras doenças importantes.
O professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Unaí Tupinambás, infectologista e integrante da frente de combate ao coronavírus criada pelas Secretarias de Minas e de Belo Horizonte da Saúde (SEEs), juntamente com a UFMG, disse ainda que a população deve evitar comprar o remédio tendo em vista também que a droga será objeto de pesquisa, na capital, por essa força-tarefa de especialistas da universidade e SEEs.”Não pode ficar em falta nas farmácias para a pesquisa”, advertiu o médico.
‘Pouquíssimas pessoas’
Carlos Starling, também renomado infectologista, com mais de 30 anos de carreira, referência nacional e internacional na área, disse que o uso da cloroquina se restringe, por enquanto, a um “contexto de estudos clínicos”. “Com pouquíssimas pessoas”, afirmou Starling.
Ele também advertiu sobre os efeitos colaterais do medicamento e seu efeito tóxico, caso não seja receitado por um especialista . “Pode intoxicar. O uso (do remédio da malária) não está nos protocolos oficiais”, enfatizou o médico.
A vice-presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Virgínia Andrade, corroborou com a opinião de seus colegas de especialidade médica.
De acordo com a especialista, por enquanto, continua prevalecendo a recomendação já amplamente divulgada em função da pandemia: quadros leves do Covid-19, pacientes em casa, para não sobrecarregar o sistema de saúde; em caso de gravidade, com falta de ar e febre, procure atendimento médico e hospitalar; e para quem não tem sintomas, isolamento social, caso seja possível; e seguir recomendações de higiene, sempre, principalmente mãos e objetos mais manuseados.