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Indústria e comércio lideram os casos de assédio eleitoral

Canais criados pelas centrais sindicais já receberam 166 relatos de práticas abusivas pró-Bolsonaro. Indústria (18%), comércio (17,3%), agricultura (13%) e prefeituras (11%) são as áreas mais denunciadas nos canais das centrais sindicais no começo de outubro para receber relatos de assédio eleitoral.

A lista, com atualização diária, tinha 166 registros até sexta-feira (21), todos enviados ao Ministério Público do Trabalho. São casos de pressão por apoio a Jair Bolsonaro (PL) ou contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As regiões Sudeste e Sul lideram o número de denúncias. São Paulo (40), Minas Gerais (24) e Rio Grande do Sul (17) ocupam as primeiras posições do ranking.

Diversas empresas são de grande porte e, em alguns casos, as denúncias já se tornaram públicas. É o caso da Stara, que faz parte do Grupo Terra Boa, alvo de sete reclamações no sistema das centrais sindicais.

A Justiça já determinou que a empresa de implementos agrícolas divulgue um comunicado aos funcionários reconhecendo que é ilegal coagir, intimidar e influenciar o voto dos empregados.

Outra empresa denunciada pelos canais das centrais sindicais foi a Havan, do empresário bolsonarista Luciano Hang.
Segundo a denúncia, um gerente de loja da Havan em Natal (RN) teria falado para os funcionários não votarem e dito que, após a eleição, seria feita uma checagem para verificar se eles haviam sido multados pela Justiça Eleitoral por não terem comparecido. Caso não tivessem sido multados, seriam demitidos.

A assessoria da Havan informou à Folha de S. Paulo, que divulgou o fato de que a denúncia gera surpresa, não chegou oficialmente para a empresa e que se trata de mentira.

“Em Natal (RN), assim como em todas as nossas lojas, foi feita uma escala para que os colaboradores pudessem ir votar. Além disso, alguns dos colaboradores que votam em outras cidades ganharam folga no dia da eleição para poderem se deslocar até o local de votação. Trata-se de denúncia caluniosa que será impugnada pelos meios legais. É fake news”, afirma a nota.

Até esta sexta-feira (21), o Ministério Público do Trabalho (MPT) recebeu 1.112 denúncias de assédio eleitoral em todo o país. O número representa um grande aumento em relação às eleições de 2018, quando o MPT recebeu 212 denúncias.

Fonte: Folha de S. Paulo

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