O Brasil registrou em 2024 um aumento expressivo no número de trabalhadores sindicalizados. Segundo dados divulgados pelo IBGE em 19 de novembro, o país somou mais 812 mil novos associados, alcançando 9,1 milhões de sindicalizados. O avanço representa 9,8% em relação a 2023, quando havia 8,3 milhões de trabalhadores filiados.
As centrais sindicais – Nova Central, CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Intersindical e Pública – celebraram os números em nota conjunta, destacando que o crescimento marca um “ponto de inflexão” após quase uma década de queda na taxa de sindicalização.
Contexto e desafios
No documento, as entidades lembram que os últimos anos foram marcados por ataques ao movimento sindical, tentativas de criminalização e medidas legislativas que retiraram direitos, como a reforma trabalhista de 2017, aprovada durante o governo Michel Temer.
Apesar das dificuldades, afirmam que a presença constante nos locais de trabalho, a capacidade de organização e as estratégias de mobilização “promoveram um reencontro entre trabalhadores e seus sindicatos”.
Fatores estruturais
As centrais também relacionaram a alta da sindicalização à retomada da geração de empregos formais e às contratações no setor público, impulsionadas pela reconstrução do Estado como indutor do desenvolvimento. Para os dirigentes, esse cenário fortalece a confiança dos trabalhadores nas entidades representativas.
O papel dos sindicatos
Segundo a nota, a expansão de acordos e convenções coletivas, a atualização de cláusulas econômicas e sociais e a retomada de mesas nacionais e setoriais de diálogo produziram resultados concretos. “O sindicato é reconhecido como escudo protetor coletivo”, afirmam.
Perspectivas
As centrais reforçaram que o crescimento da sindicalização fortalece a luta pela recomposição dos direitos perdidos com a reforma de 2017 e pela valorização da classe trabalhadora. “Sem sindicato forte, não há democracia sólida, nem justiça social”, concluem.
************





