Quantas vezes ainda vamos fingir que está tudo sob controle enquanto a base clama por liderança? Projetos de lei tramitam, decisões políticas nos atravessam, direitos são corroídos — e o silêncio dos que deveriam ser a voz do coletivo, ecoa ensurdecedor.
Sindicatos não são cartórios de protocolos. São trincheiras vivas de pensamento, ação e resistência. Mas onde está o pensamento se não há análise? Onde está a ação se não há posicionamento? Onde está a resistência se não há sequer indignação?
Quem não opina, quem não escreve, quem não provoca, está entregando a política sindical ao mofo da omissão. Está dizendo, com o peso da sua inércia: “que decidam por nós”.
Não basta estar em assembleias, é preciso estar nas ideias. Não basta discursar no palanque, é preciso ter conteúdo e coragem para sustentar o que se diz por escrito.
O tempo de esperar já passou. Queremos ver — queremos ler — o que cada um pensa, propõe e defende. A base tem fome de referência, e ela não se alimenta de silêncio.
Mãos à obra, companheiros. Está na hora de colocar no papel nossas ideias e explorar nossos recursos de comunicação para fazer valer nossa opinião e para gerir nossos sindicatos e entidades dentro da normalidade. Quanto mais nos aquietarmos mais estaremos submissos aos que nos combatem. Resistir é a forma vigorosa que sempre nutriu o movimento sindical. Vamos à luta!
Osni Gomes é jornalista, foi membro do Conselho de Ética do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Paraná e assessor de Imprensa da Contratuh.
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