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Super-ricos aceitam taxar suas riquezas, menos os brasileiros

É surpreendente, mas um grupo de 205 super-ricos de 13 países, onde não se inclui nenhum brasileiro, pediu em uma carta aberta no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, para que lideranças mundiais aumentem os impostos sobre suas riquezas “para o bem comum”.

Entre os milionários e bilionários que assinaram a carta estão o ator norte-americano Mark Ruffalo, o Hulk dos filmes da Marvel, e Abigail Disney, herdeira do império Disney.

No documento, o grupo, que se autodenomina “Milionários Patriotas”, pede que os governos aumentem os impostos que eles mesmos pagam como forma de diminuir a desigualdade, ajudar as economias e melhorar a qualidade das democracias. E pedem que isso seja feito com “urgência” como forma de atacar a “extrema desigualdade” econômica e social.

Entre os signatários milionários e bilionários há alemães, britânicos, suecos, franceses, indianos, italianos e canadenses.

“A história das últimas cinco décadas é a história da riqueza indo para nenhum lugar além de para cima. Nos últimos anos, essa tendência se acelerou muito. A solução é simples para todos verem. Vocês, nossos representantes globais, devem tributar a nós, os super-ricos, e devem começar agora”, afirmaram.

O movimento ocorre na mesma semana em que a Oxfam, organização sem fins lucrativos que atua em mais de 90 países, recomendou o aumento da taxação dos super-ricos como forma de reduzir as desigualdades sociais. O documento elaborado pela organização foi entregue no primeiro dia do Fórum Econômico (segunda, 16), que terminou na sexta-feira (20).

Trilhões

O documento da Oxfam, intitulado A sobrevivência do mais rico – por que é preciso tributar os super-ricos agora para combater as desigualdades – aponta que o 1% mais rico abocanhou quase dois terços (R$ 42 trilhões) da riqueza gerada nos últimos dois anos, o que corresponde a seis vezes mais que 90% da população global (7 bilhões de pessoas). Na última década, esse mesmo 1% ficou com quase metade de toda a riqueza criada. Ainda, a organização internacional diz que, nos últimos 30 anos, a riqueza e a pobreza extremas cresceram simultaneamente.

Pelos cálculos da Oxfam, um imposto anual sobre a riqueza de até 5% sobre os super-ricos poderia arrecadar US$ 1,7 trilhão por ano, o suficiente para tirar 2 bilhões de pessoas da pobreza; financiar os existentes apelos humanitários pelo mundo; entregar um plano de 10 anos para acabar com a fome no planeta; apoiar os países mais pobres que estão sendo devastados pelos impactos climáticos; e ainda garantir saúde pública global e proteção social para todos que vivem em países com baixa e média rendas.

Em carta a lideranças, super-ricos dizem que de nada adianta discutir cooperação se raiz da divisão do mundo não for atacada.

Aqui no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende, desde a campanha eleitoral, uma reforma tributária para taxar lucros e dividendos e reduzir a carga tributária de quem ganha menos. “Eu defendi durante a campanha e vamos tentar colocar em prática, na proposta de reforma tributária, que até R$ 5 mil a pessoa não pague Imposto de Renda. Não é possível que a gente não faça”, enfatizou Lula, dizendo também que o projeto será “de verdade, para que as pessoas mais ricas, para as pessoas que vivem de dividendos, para as pessoas que ganham mais dinheiro paguem mais Imposto de Renda, e as pessoas que ganham menos, paguem menos”.

Fontes:  ICL Economia e UOL

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