Houve um bom desempenho, em quase 60% dos acordos salariais referentes a data-base de outubro. Os reajustes foram acima da inflação medida pelo INPC-IBGE.
Este foi o melhor desempenho deste ano, até agora. Entretanto, no geral, o cenário ainda se mostra negativo. Tanto que ao longo de 2022, apenas 22% das campanhas apontaram índice superior ao da inflação medida.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese calcula que de 258 reajustes com essa data-base, 59,3% foram acima do INPC. Só 20,5% alcançaram o índice inflacionário do período, mas 20,2% ainda fecharam com perdas.
“Os dados mais favoráveis refletem tanto a queda dos preços (deflação), ocorrida em julho, agosto e setembro, como a presença maior de negociações de categorias de grande poder de negociação”, segundo foi divulgado pelo Dieese nesta semana.
A variação real média no mês foi de 0,74%. Categorias com resultado acima do INPC em outubro conquistaram, em média, 1,84% acima do IPC, enquanto as que ficaram abaixo sofreram perda de 1,74%.
O reajuste real médio em todo o ano está em -0,78% em relação ao INPC.
De 16.673 acordos analisados, 22% têm ganho real, 36% são equivalentes à inflação e 42% ficam abaixo.
Os cálculos apontam 58% de reajustes iguais ou superior ao índice do IBGE. Os números sobem para 72% no comércio e a 68% na indústria, setor que tem o maior índice de ganhos reais (28,5%). E cai para 49% nos serviços.
Com a deflação, o reajuste necessário para recompor perdas, que chegou à casa dos 12% no meio do ano, caiu para 6,46%. Mas o último resultado do INPC mostra que a inflação voltou a subir. Além disso, a “prévia” de novembro já confirma o aumento.