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Sistema Confederativo é a última muralha de proteção da classe trabalhadora

Num país onde a desregulamentação do trabalho se tornou bandeira de governos e segmentos empresariais, o Sistema Confederativo de Representação Sindical permanece como uma das poucas estruturas capazes de defender, com firmeza e legitimidade, os direitos dos trabalhadores brasileiros. Ignorar essa função estratégica seria um erro histórico — e um risco irreparável.

Há quem diga que o sistema é antiquado. Não é verdade. Antiquado é acreditar que o trabalhador pode enfrentar sozinho gigantes econômicos, plataformas digitais bilionárias e cadeias produtivas globais que operam 24 horas por dia. Antiquado é imaginar que, sem coordenação, sem unidade e sem apoio institucional, sindicatos locais terão força suficiente para negociar, resistir e avançar.

Conforme o presidente Wilson Pereira, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade, “o Sistema Confederativo existe justamente para evitar essa desigualdade estrutural. Ele integra sindicatos, federações e confederações em uma única espinha dorsal, garantindo que nenhuma categoria, por menor que seja, fique desamparada. Em tempos de uberização, teletrabalho extenuante e vínculos frágeis, essa unidade não é apenas importante — é vital.”

Mas há um motivo ainda mais profundo para a defesa do sistema: ele é a expressão prática da solidariedade entre trabalhadores. Um sindicato isolado fala baixo. Uma federação fala mais alto. Uma confederação fala pelo país. E quando toda essa estrutura atua em conjunto, o que se ouve é a voz de milhões de brasileiros que constroem a economia, mas que raramente são tratados com a dignidade que merecem.

É essa força coletiva que pressiona o Congresso, que enfrenta tentativas de retirada de direitos, que sustenta ações judiciais estruturantes, que fiscaliza políticas públicas e que dá musculatura às campanhas salariais. Sem ela, cada categoria viraria presa fácil de pressões econômicas e políticas.

O que muitos chamam de burocracia, na verdade, é organização. O que muitos tentam rotular como “custo”, na verdade, é investimento na existência do próprio trabalhador enquanto sujeito de direitos. E o que alguns tentam enfraquecer como “velho”, na verdade, é o último alicerce de proteção num mundo cada vez mais hostil ao trabalho.

Defender o Sistema Confederativo não é um capricho institucional — é defender o país real. É defender o direito ao salário justo, ao descanso, à proteção social, à negociação respeitosa. É defender o trabalhador da esquina, o do aeroporto, o da cozinha do hotel, o do transporte, o da limpeza, o da recepção, o da construção civil, o da cozinha industrial, o do teleatendimento.

É defender gente.

Num momento em que a democracia depende também da força das organizações sociais, enfraquecer o Sistema Confederativo seria abrir uma rachadura exatamente onde a classe trabalhadora mais precisa de firmeza. É por isso que este artigo afirma, com clareza e convicção: não há futuro do sindicalismo forte sem o Sistema Confederativo. E não há justiça social possível sem um sindicalismo forte.

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