O presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), João Inocentini, o plano do ministro da Economia, Paulo Guedes, de desvincular o salário mínimo da inflação a partir do próximo ano, aponta para um cenário desolador para os aposentados. Isso porque, em decorrência da medida, a aposentadoria também deixaria de ser automaticamente reajustada.
“Se isso acontecer vai ser o fim da aposentadoria, vai chegar o tempo de não podermos comprar nem metade da cesta básica”, disse o dirigente.
“Eles estão tentando fazer isso há tempos e nós estamos conseguindo segurar. Mas em um novo governo (de Jair Bolsonaro) certamente vão querer botar em prática”, prevê.
O plano de Guedes foi revelado na Folha de S.Paulo, que teve acesso à proposta. Outros veículos, como o G1, confirmaram. Pela proposta, a correção seria calculada a partir da “expectativa de inflação”, ou seja, pela meta inflacionária estabelecida pelo próprio ministério. O que significa corrigir os benefícios abaixo das perdas inflacionárias, já que a meta dificilmente é alcançada.
“Isso vai levar todas as aposentadorias para um achatamento enorme”, avalia Inocentini. Segundo ele, “seriam mais de 40 milhões de aposentados caindo na zona de miséria, de pobreza total”. O sindicalista disse também acreditar que o atual governo sempre quis fazer essa mudança.
Em suas recentes manifestações o candidato Jair Bolsonaro disse não concordar com Paulo Guedes, mas admitiu respeitar suas decisões. Na sabatina realizada domingo (23) na TV Record, Bolsonaro não admitiu que a medida será tomada, procurando não confirmar a decisão que foi considerada extremamente desgastante para a campanha.
Fonte: UOL