O salário-mínimo real do Brasil tem uma péssima cotação, se comparado com 31 países, segundo levantamento da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE. Nosso congelado ganho mensal está à frente apenas do México. O ranking, que tradicionalmente apresenta 32 países, desta vez não elencou o Japão.
Os dados da pesquisa são referentes ao ano passado e calculado sobre a remuneração dos trabalhadores em todo o mundo. Na lista estão os integrantes da OCDE, mais o Brasil e a Rússia.
O já bastante debatido salário-mínimo brasileiro, durante a última campanha eleitoral, está agora ainda mais defasado, com o seu valor praticamente inerte em R$ 1.212, contra os R$R 1.100 do ano passado, quando a pesquisa foi realizada.
Lembremos que durante a campanha presidencial o ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a anunciar um plano para deixar de reajustar o salário-mínimo e a aposentadoria pela inflação do ano anterior, caso Bolsonaro se reelegesse. A fala repercutiu muito mal e Bolsonaro, ainda em campanha, tentou consertar, dizendo que daria um mínimo de R$ 1.400 a partir do próximo ano e que faria reajustes dentro da evolução inflacionária. Mas o público não ficou convencido disso.
Já o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, prometeu não apenas o reajuste dentro da evolução inflacionária, como anunciou também que pretende rever todo o processo de reforma política aprovado ainda no Governo Temer e que vem castigando duramente o trabalhador e aposentados brasileiros.
O presidente da Contratuh, Wilson Pereira, é um dos defensores de que a revisão da Reforma Trabalhista precisa ser reestudada, porque as perdas históricas conquistadas pelos trabalhadores se esvaíram com a aplicação do projeto de Temer, consolidado por Bolsonaro. “Queremos diálogo com o governo. Precisamos sair deste entrave e voltar a respirar a partir do ano que vem”, explicou Wilson, que recentemente mostrou-se entusiasmado com a possibilidade de um novo entendimento do o Governo Lula, a partir do ano que vem.
Segundo o ranking, o Brasil possui um salário-mínimo médio de US$ 2,2 por hora. O México, mais mal colocado da lista, tem o salário-mínimo médio de US$ 1,6 por hora.
Luxemburgo lidera o ranking, com um salário-mínimo médio de US$ 13,4 por hora, seguido por Austrália, com US$ 12,8 por hora, e França, com US$ 12,2.
Na América Latina, o Brasil fica atrás de países como Chile (US$ 3,6/h) e Colômbia (US$ 2,8/h).