O salário mínimo brasileiro passou por um reajuste recente, com aumento de R$ 106, o que representa uma correção de 7,5%. Esse percentual supera a inflação do período e busca garantir que os trabalhadores não percam poder de compra diante dos desafios econômicos do país.
Embora o reajuste acima da inflação seja um avanço, o valor final foi limitado devido às medidas de contenção de gastos adotadas pelo governo em 2024, dentro de um cenário de ajuste fiscal.
Mudanças na fórmula de cálculo
Anteriormente, o cálculo do salário mínimo levava em conta dois fatores:
- A inflação do ano anterior, com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor)
- A variação do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes
Com esse modelo, estimava-se que o salário mínimo poderia atingir R$ 1.525. No entanto, houve uma mudança significativa: foi fixado um teto de crescimento das despesas públicas de 2,5%, mesmo com o PIB tendo registrado alta de 3,2% no último período.
Essa nova regra impede que o aumento do salário mínimo ultrapasse os limites estabelecidos, independentemente do crescimento da economia.
Equilíbrio entre proteção social e responsabilidade fiscal
A implementação de um teto para os gastos públicos tem como objetivo preservar a sustentabilidade das finanças do país. A estratégia busca:
- Garantir que os reajustes salariais sejam compatíveis com o orçamento público
- Manter a previsibilidade fiscal, importante para trabalhadores, empresas e investidores
- Promover maior segurança na tomada de decisões econômicas, tanto no curto quanto no longo prazo
Em suma, a nova metodologia procura equilibrar a valorização do salário mínimo com a responsabilidade fiscal, assegurando que a política pública de renda não se torne um risco para as contas públicas.
Tradição rompida
Historicamente, o salário mínimo brasileiro costumava ser reajustado em 1º de maio, Dia do Trabalhador, como forma simbólica de valorização da classe trabalhadora. Essa prática foi comum especialmente entre os anos de 1995 e 2005, quando os aumentos ocorriam quase sempre nesse mês.
No entanto, nos últimos anos, o reajuste passou a ocorrer em 1º de janeiro, alinhando-se ao calendário fiscal e orçamentário do governo federal. Em 2025, o novo valor de R$ 1.518,00 entrou em vigor já no primeiro dia do ano, representando um aumento de 7,5% em relação ao salário de 2024.
Comparativo dos reajustes recentes
A tabela mostra que, desde 2010, os reajustes passaram a ocorrer majoritariamente em janeiro, com exceções pontuais como em maio de 2023, quando houve um segundo aumento no mesmo ano.
A tabela mostra que, desde 2010, os reajustes passaram a ocorrer majoritariamente em janeiro, com exceções pontuais como em maio de 2023, quando houve um segundo aumento no mesmo ano.
Nova data
A alteração da data de reajuste está ligada à busca por maior previsibilidade fiscal e à adequação ao orçamento anual da União, que é elaborado com base no valor vigente em janeiro. Isso facilita o planejamento de despesas públicas, especialmente com benefícios vinculados ao salário mínimo, como aposentadorias, pensões e o BPC.
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