No Brasil, o setor de hospitalidade enfrenta desafios semelhantes aos dos EUA: altas taxas de rotatividade (até 75% no setor de alimentação), pressão salarial com reajustes modestos, forte dependência de mão de obra imigrante em funções operacionais, e crescente aposta em tecnologia como apoio à gestão e experiência do cliente O Brasil lidera mundialmente em rotatividade de funcionários, com taxa média de 56% em diversos setores. No setor de alimentação e hospitalidade, a rotatividade chega a 75% ao ano, impactando diretamente a qualidade do serviço e dificultando a formação de equipes maduras. Assim como nos EUA, retenção de talentos tornou-se prioridade, já que o custo de substituição pode chegar a 200% do salário anual de um funcionário. Salários e remuneração Entre 2024 e 2025, houve reajustes salariais de cerca de 6% no comércio hoteleiro e restaurantes, segundo convenções coletivas. A média salarial para gerentes de hotel é de aproximadamente R$ 6.900,00, mas funções operacionais recebem valores próximos ao salário mínimo, com pouca margem de crescimento. Diferente dos EUA, onde os salários se estabilizaram em patamar elevado, no Brasil os reajustes são mais modestos e variam conforme negociações sindicais regionais. Imigração e mão de obra Um número crescente de trabalhadores imigrantes atua em funções essenciais como limpeza, cozinha e manutenção. Estudos apontam uma ambivalência entre hospitalidade e hostilidade: embora o Brasil seja visto como acolhedor, imigrantes enfrentam barreiras burocráticas e sociais. A dependência de mão de obra imigrante é comparável à dos EUA, mas aqui os desafios estão mais ligados à integração cultural e à informalidade. Tecnologia A tecnologia tem sido adotada como aliada estratégica: QR Codes em restaurantes, check-in automatizado em hotéis e uso de chatbots para atendimento. Exemplos como o Hotel V3rso, em São Paulo, que aposta em automação total (reconhecimento facial, quartos inteligentes), mostram que o Brasil segue a tendência de usar tecnologia para melhorar a experiência sem substituir totalmente a mão de obra. Operadores que combinam tecnologia com treinamento e cultura organizacional conseguem maior eficiência e fidelização. Hospitalidade O setor de hospitalidade brasileiro deve receber investimentos de R$ 8,4 bilhões até 2028, impulsionado pelo turismo internacional (6,65 milhões de visitantes em 2024). Apesar do crescimento, os desafios de rotatividade, salários baixos e dependência de mão de obra imigrante continuam a fragilizar o mercado. Assim como nos EUA, o futuro depende de estratégias de retenção, valorização de carreira e uso inteligente da tecnologia. Em síntese: o Brasil compartilha com os EUA os mesmos dilemas da hospitalidade — alta rotatividade, pressão salarial e dependência de imigrantes — mas com peculiaridades locais: reajustes menores, maior informalidade e uma aposta crescente em tecnologia para compensar fragilidades estruturais. *********





