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Profissões podem ser substituídas pela Inteligência Artificial

O alerta de que o trabalhador precisa se globalizar, feita pelo presidente da Nova Central, Moacyr Auersvald, outro dia no L20, em Fortaleza, não foi apenas um discurso sindicalista disposto a aproximar o trabalhador das entidades sindicais. É uma realidade de mercado que está tomando proporções gigantescas e que pode eclodir de uma hora para outra, colocando muitos trabalhadores no desemprego e na substituição de funções.

Carreiras que têm como principais responsabilidades a coleta de dados, síntese de informações e atividades de apoio são as mais vulneráveis.

Acendedor de postes, leiteiro e caçador de ratos, lá no passado, foram profissões que desapareceram. Com o avanço da Inteligência Artificial (IA), projeções indicam que outras carreiras também estão em risco. Especialistas ouvidos pelo jornal “O DIA” afirmam que alguns cargos podem deixar de existir em até 10 anos.

Ylana Miller, especialista em liderança e gestão de pessoas, diz que algumas das carreiras mais propensas a serem substituídas pela Inteligência Artificial incluem assistentes administrativos, profissionais de telemarketing, operadores de caixa e atendentes. A especialista pontua que isso ocorre porque essas profissões têm como principais responsabilidades a coleta de dados, síntese de informação e atividades de apoio.

“Competências como a criatividade, resolução de problemas complexos e pensamento crítico são pontos fortes que diferenciam os humanos. IA não replica a criatividade humana e não responde às emoções em processos de comunicação”, explica.

Miller enumera que alguns dos principais desafios estabelecidos pela IA dentro do mercado de trabalho são o desemprego, a reprodução de preconceitos e discriminações, a exploração de dados sem consentimento claro e a falta de empatia e capacidade de compreensão de cenários complexos.

O que é IA?

Daniel Marques explica que, de modo geral, a IA refere-se a “sistemas computacionais capazes de imitar competências semelhantes às humanas, como o raciocínio, a aprendizagem, a linguagem, o planejamento e a criatividade”. O especialista também ressalta que é importante entender que não existe uma única Inteligência Artificial, mas que se trata de um conceito que engloba diversos modelos e abordagens.

A popularização da IA começou após o lançamento do ChatGPT pela OpenAI em 30 de novembro de 2022. Desde então, as ferramentas vêm sendo mais utilizadas, provocando debates e transformações em diversos setores da sociedade.

Como se preparar

A IA também pode ser uma aliada no ambiente profissional, afirma Claudio Riccioppo, especialista em gestão de carreira e recolocação profissional.

“Saber utilizar a Inteligência Artificial a seu favor é uma vantagem competitiva enorme, pois ela consegue processar dados em uma velocidade muito maior do que nós, analisando tendências de mercado, comportamento dos consumidores e permitindo que estejamos à frente dos acontecimentos. Além disso, ela pode ficar com as tarefas repetitivas e rotineiras, o que, ao meu ver, ela faz muito melhor do que nós, deixando o ser humano focar em ações mais produtivas”, afirma.

O Presidente da Associação Brasileira de Lawtechs e LegalTechs (AB2L) afirma que, nos Estados Unidos e na Inglaterra, por exemplo, profissionais do Direito que sabem usar IA aumentam seus salários em até 40%. “Todos terão que passar por um processo de requalificação para entender como usar essa ferramenta para melhorar sua profissão. Como dizem, você não será substituído pela IA, mas pelos profissionais que usam IA”, menciona Daniel Marques.

O especialista também aponta que os trabalhadores podem se preparar adquirindo novas habilidades relevantes em tecnologia e IA, participando de cursos e treinamentos em áreas emergentes, como ciência de dados e análise de big data: “Uma breve pesquisa na internet você encontrará centenas de cursos gratuitos de alto nível de grandes universidades.”

Fonte: Jornal O Dia, pela estagiária Alexia Gomes, sob a supervisão de Flávio Almeida

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