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Negras, com mais escolaridade, ganham menos que brancas

Uma pesquisa do Sebrae revelou uma realidade preocupante sobre o empreendedorismo no Brasil: mesmo com mais formação escolar, as mulheres negras que são donas de negócios ganham bem menos do que os homens brancos empreendedores.

O estudo mostra que 42,6% das empreendedoras negras têm ensino médio completo, enquanto esse índice entre homens brancos é de 33,7%. A desigualdade fica ainda mais evidente na renda: elas recebem menos de 40% do que ganham os empresários brancos.

Disparidades

Além da comparação com homens brancos, o levantamento mostra que as mulheres negras empreendedoras também recebem menos do que mulheres brancas e homens negros. Em média, seus rendimentos equivalem a:

  • 52,5% da renda das mulheres brancas
  • 73,1% da renda dos homens negros

Esses números escancaram o impacto da desigualdade racial e de gênero no mundo dos negócios.

Avanços

Apesar dos desafios, o número de empreendedores negros vem crescendo. Segundo o levantamento, o Brasil conta com 16 milhões de empreendedores negros — um aumento de 31% entre 2012 e 2024.

Mesmo assim, a taxa de pessoas negras que empreendem é menor do que entre brancos: 52,7% dos donos de negócios são negros, embora representem 56,6% da população brasileira.

A boa notícia é que a renda média dos afro empreendedores chegou a R$ 2.477 no final de 2024, o maior valor da série histórica. E embora ainda haja diferença salarial — os negros ganham, em média, 46,2% menos que os brancos — essa desigualdade tem diminuído ao longo dos anos.

Perfil dos empreendedores negros no Brasil

  • Escolaridade: mais da metade tem ensino médio completo ou superior
  • Formalização: 24,7% têm CNPJ ativo, com crescimento maior que entre brancos
  • Geração de emprego: aumento na proporção de negros que empregam, enquanto a dos brancos caiu
  • Regiões: mais de 70% dos empreendedores negros atuam no Sudeste e no Nordeste
  • Setores principais: Serviços (41,7%) e Comércio (21,3%)
  • Participação feminina: cresceu para 32,6% em 2024

O presidente do Sebrae, Décio Lima, destacou que o fortalecimento do empreendedorismo negro é essencial para a inclusão e o crescimento econômico:

“Estamos criando oportunidades e construindo um futuro mais inclusivo. A criação desses negócios gera muitos impactos positivos, disponibilizando emprego e renda.”

Fonte: Agência Sebrae, por Giovanne Ramos

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