O fim da reforma trabalhista, em vigor desde 2012, no país europeu motivou a reunião, que discutiu a possibilidade de um novo acordo trabalhista nos moldes do que foi feito na Espanha. Já que o diálogo social tripartite (governo, empresários e sindicatos de trabalhadores) funcionou por lá.
Em movimentação política, Lula afirmou que essa foi a primeira de muitas reuniões para elaboração da proposta de revisão da reforma trabalhista de Temer. “A Espanha é um exemplo extraordinário. A relação do movimento sindical espanhol e brasileiro é histórica. Esta reunião é memorável para os sindicalistas. Precisamos conquistar, novamente, os nossos direitos e viver num país mais justo. Em que o trabalhador tem garantia de emprego para cuidar da sua família”, afirmou o ex-presidente.
Em participação virtual, José Luis Escrivá, ministro de Seguridade e Migrações, e Adriana Lastra, vice-secretária geral do PSOE, partido do presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, responderam as dúvidas sobre a criação do novo acordo trabalhista. Escrivá ainda aproveitou para ressaltar durante sua apresentação que políticas sociais e trabalhistas caminham juntas: “É preciso desenvolver políticas econômicas para uma sociedade mais justa e inclusiva. Reforma que diminui direitos, diminui salários, para gerar empregos é uma falácia”, enfatizou.
A reforma que não gerou empregos
Em 2017, a reforma trabalhista prometia a criação de milhões de empregos para sua aceitação popular. Porém, conforme consta no artigo assinado pelas Centrais Sindicais publicado nesta segunda-feira (10), durante os governos de Michel Temer (2016 a 2018) e de Jair Bolsonaro (desde 2019), as taxas de desemprego bateram recordes, atingindo 12,7% em 2017, 12,2% em 2018, 11,9% em 2019, 13,5% em 2020 e 12,6% em 2021.
“Sob o argumento que os trabalhadores eram muito caros, que não pagando os direitos poderia aumentar os salários. A massa salarial caiu. O reajuste não cobre sequer a inflação”, ponderou o ex-presidente Lula, que mencionou ainda a perda de direitos em outros países da América Latina.
Renovação do Congresso Nacional
O primeiro vice-presidente da NCST, Moacyr Tesch, representando o presidente Professor Oswaldo Augusto de Barros, citou as dificuldades da classe trabalhadora no Congresso Nacional: “Muitas questões apresentadas pelos companheiros da Espanha, já foram experiências boas por aqui: valorização do estudo, ingresso nas universidades, criação de escolas técnicas, dentre outras. E na próxima eleição precisamos ter uma bancada que retome isso, que dê respaldo aos nossos projetos, independentemente de partido. Porém não é fácil defender os direitos trabalhadores, nos atacam de todas as formas. Mas não desistimos da luta. A NCST se coloca à disposição e deseja saber ainda mais do acordo feito na Espanha. Acreditamos no contrato social do empregador com a sociedade. Sabemos que é possível”.