As verbas oficiais do programa de enfrentamento da violência contra a mulher diminuiram em 90% nos últimos anos. Reportagem do jornal Folha de S. Paulo aponta que o dinheiro era usado nas unidades da Casa da Mulher Brasileira e nos centros de atendimentos às mulheres, que prestam serviços de saúde e assistência às vítimas de violência domética e para financiar programas e campanhas de combate ao crime contra as mulheres.
A pasta para proteção das mulheres recebeu em 2020, o valor R$ 100,7 milhões. Mas no ano passado, a verba caiu para R$ 30,6 milhões e este ano foram apenas R$ 9,1 milhões. A integrante da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) e da Sempreviva Organização Feminista (SOF) Maria Fernanda Marcelino criticou os cortes das verbas, lamentando o tratamento que o atual governo dá à violência de gênero no país.
Disse, por exemplo “que as mulheres são tratadas como sub-seres. E estão à serviço dos homens e, portanto, podem estar à disposição deles tanto para violência sexual, quanto para os serviços domésticos de cuidados”, colocou. Lamentou também que as mulheres sejam consideradas “como seres desprezíveis e dispensáveis na sociedade”. Para ela “não há nenhum respeito, nenhuma consideração e menos ainda política pública que ampare essa parcela da sociedade que sustenta, na verdade, a economia e o Brasil caminhando”, protesta a ativista.