O jornalista Caio Junqueira, da rede CNN de televisão pôs em debate no programa WW, que ele comandou no final da semana passada, a presença do movimento sindical, no governo Lula.
No blog da emissora, Caio Junqueira apontou que as centrais sindicais retomaram protagonismo político com a volta de Luiz Inácio Lula da Silva e do PT ao Palácio do Planalto.
Nos quase 100 dias de mandato presidencial, sindicalistas vêm conseguindo obter postos estratégicos e influenciar decisões importantes do governo.
As evidências estão aqui:
A nomeação de João Fukunaga para presidir o maior fundo de pensão do país, a Previ – Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil -, que tem ativos de R$ 250 bilhões;
A indicação de sindicalistas para que integrem o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, o Conselhão;
A destituição do presidente do Sebrae, Carlos Melles, para indicação do ex-deputado petista Décio Lima, com origem sindical;
A indicação do ex-presidente da CUT, Vagner Freitas, para presidir o Conselho de Administração do Sesi e convite para sindicalistas integrarem a comitiva presidencial que vai à China.
Além disso, as centrais também têm conseguido se mobilizar e influenciar na agenda do governo Lula.
O caso mais recente foi a redução da taxa de juros do consignado, liderada pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi, contra a vontade da equipe econômica.
Os sindicalistas também conseguiram, contra a Fazenda, um aumento maior para o salário mínimo e a retomada da política de valorização do salário mínimo.
Ainda segundo a CNN, uma outra conquista está sendo posta em curso: uma mesa tripartite entre governo, empresários e sindicatos para debater a revisão de pontos da reforma trabalhista aprovada no governo Michel Temer (MDB).
Agora, um dos principais objetivos, será tentar de algum modo rever o modelo de financiamento dos sindicatos que foi afetado com o fim do imposto sindical na reforma trabalhista do governo Michel Temer.
Os sindicatos hoje estão capengas financeiramente. Temer quebrou os sindicatos. Em uma canetada tirou de 30% a 40% dos recursos dos sindicatos e até 80% das centrais. A meta então é melhorar o financiamento.
Sem os recursos e fragilizadas politicamente nos governos Temer e Bolsonaro, as centrais acabaram afastando antigas desavenças e se alinhando politicamente. Assim como os partidos a que elas são ligadas, todos atualmente integrando a base de Lula.
Temos no Brasil várias centrais sindicais: Central Única dos Trabalhadores (CUT) é ligada ao PT; a Força Sindical, ao Solidariedade; a União Geral dos Trabalhadores (UGT), ao PSD e a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), ao PCdoB, a Nova Central (NCST), a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), a CONLUTAS, a Intersindical Central e Pública.
No dia 1º de maio, no Vale do Anhangabaú em São Paulo, os movimentos sindicais devem participar de uma manifestação pública. O presidente Lula confirmou presença e o evento deve ser utilizado para fazer o anúncio oficial do reajuste do salário mínimo.
Fonte: CNN
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