A geração Z, formada por jovens entre 14 e 29 anos, demonstra uma clara preferência pelo emprego formal com carteira assinada, em vez de seguir pela informalidade. Pesquisa realizada pela Demà e Nexus revelou que 69% dos entrevistados desejam um vínculo CLT, enquanto apenas 29% afirmaram ter interesse em trabalhos informais e sem rotina.
Esse dado é significativo porque mostra que, mesmo em um cenário de transformações tecnológicas e novas formas de ocupação, os jovens reconhecem o valor da segurança jurídica, estabilidade e benefícios sociais que acompanham o emprego formal. Direitos como férias remuneradas, 13º salário, FGTS e previdência social continuam sendo fatores decisivos para quem está ingressando no mercado de trabalho.
Aprendizado e interação humana
O estudo também aponta que 81% dos jovens sentem que aprendem mais em ambientes presenciais, reforçando a importância da convivência e da troca de experiências no espaço de trabalho. Essa percepção se conecta diretamente ao desejo por vínculos formais, que oferecem maior estrutura e oportunidades de capacitação.
Tecnologia como aliada
Outro aspecto relevante é a relação da juventude com a tecnologia. 84% dos entrevistados acreditam que o conhecimento em inteligência artificial é fundamental para conquistar uma vaga, e 69% enxergam a IA como ferramenta para otimizar os estudos. Isso revela uma geração pragmática: aberta às inovações digitais, mas consciente de que a segurança de um emprego formal é indispensável para construir uma trajetória profissional sólida.
Modelos preferidos
Quanto ao formato de atuação, quase metade dos jovens (48%) prefere o modelo híbrido, que combina dias presenciais e remotos. O trabalho totalmente presencial ainda atrai 39%, enquanto apenas 11% optam pelo remoto integral. Essa escolha reforça a busca por equilíbrio entre flexibilidade e interação social — características mais facilmente conciliadas em vínculos formais.
A força da carteira
O interesse da juventude pela CLT reflete uma visão madura sobre o futuro profissional. Em um país onde a informalidade ainda representa parcela significativa da ocupação, o fato de a maioria dos jovens desejar empregos formais indica uma mudança cultural importante: eles querem construir carreiras sustentáveis, com direitos garantidos e perspectivas de crescimento.
Como destacou Juan Carlos Moreno, diretor da Demà, os dados revelam a dualidade da chamada “geração digital”: jovens que abraçam a tecnologia como ferramenta de produtividade, mas que não abrem mão da segurança e da riqueza da interação humana proporcionadas pelo trabalho formal.





