A escala 6×1, que obriga o trabalhador a atuar seis dias consecutivos para descansar apenas um, tem sido alvo de críticas crescentes. Especialistas apontam que esse modelo, criado em um contexto industrial do século passado, já não responde às necessidades de saúde, produtividade e equilíbrio social da atualidade. A proposta de sua revisão abre espaço para um novo pacto entre capital e trabalho, fortalecendo sindicatos, federações e confederações na defesa de jornadas mais humanas.
Saúde e bem-estar
Estudos mostram que jornadas excessivas aumentam casos de estresse, burnout e doenças ocupacionais. O descanso adequado não é luxo, mas condição para manter trabalhadores produtivos e saudáveis. Países que adotaram jornadas mais equilibradas registraram aumento de produtividade. O descanso gera maior foco, menos erros e mais inovação.
Mais tempo livre significa maior convivência familiar, participação comunitária e fortalecimento da cidadania. Isso reduz problemas sociais ligados ao excesso de trabalho, como desagregação familiar e baixa qualidade de vida.
A mudança só é possível com sindicatos fortes, capazes de negociar coletivamente. A nova medida mostra a importância e o papel das entidades representativas como guardiãs de direitos e parceiras na construção de um modelo econômico mais justo.
Para uma funcionária de hotelaria, por exemplo, “trabalhar seis dias seguidos em hotel não é fácil. A gente lida com hóspedes o tempo todo, precisa estar sorrindo, atenta, prestativa. Mas sem descanso suficiente, o corpo e a mente não aguentam. Uma escala mais justa daria condições de atender melhor e com mais qualidade.”
Já uma recepcionista de pousada observa que “o turismo exige acolhimento, simpatia e energia. Se o funcionário está exausto, isso impacta diretamente na experiência do visitante. O fim da escala 6×1 é também uma medida para fortalecer o setor, porque garante profissionais mais motivados.”
O dirigente sindical entende que “essa luta não é apenas por descanso, é por dignidade. O trabalhador que descansa mais, produz melhor. O sistema confederativo está unido para garantir que essa mudança seja realidade.”
Outro ponto favorável e para o setor econômico onde “a redução da escala não significa perda para as empresas. Pelo contrário, trabalhadores descansados são mais produtivos e cometem menos erros. O ganho econômico é evidente.”
Para o presidente da Contratuh, Wilson Pereira “esta é mais uma oportunidade histórica: alinhar produção com qualidade de vida. O Brasil precisa mostrar que é possível crescer sem explorar.”
Fim da escala
O fim da escala 6×1 não é apenas uma pauta trabalhista, mas um projeto de sociedade. Representa a transição para um modelo que valoriza o ser humano, fortalece sindicatos e confederações, e coloca o Brasil em sintonia com práticas modernas de trabalho. As implicações econômicas são evidentes, como a redução de custos com afastamentos médicos; aumento da produtividade por hora trabalhada e estímulo ao consumo interno, já que trabalhadores terão mais energia e tempo para atividades sociais e econômicas. Do ponto de vista social haverá fortalecimento da vida comunitária e familiar, redução de problemas de saúde mental e física e maior engajamento político e sindical, com trabalhadores participando mais ativamente das decisões coletivas.
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