A filiação sindical é um dos pilares fundamentais para a proteção dos direitos dos trabalhadores e para o equilíbrio nas relações de trabalho. Historicamente, sindicatos desempenharam um papel crucial na conquista de benefícios essenciais, como jornada de trabalho regulamentada, férias remuneradas, adicionais salariais, segurança no ambiente laboral e inúmeros outros avanços que hoje fazem parte da legislação trabalhista.

No entanto, o antissindicalismo persiste como uma prática utilizada por alguns setores empresariais para enfraquecer a organização coletiva dos trabalhadores. Muitos empregadores, apoiados por contadores e advogados, estimulam a não filiação e até produzem cartas pré-elaboradas para que os funcionários formalizem a recusa ao sindicato. O objetivo, muitas vezes, é evitar o pagamento das contribuições sindicais e reduzir o poder de barganha da classe trabalhadora.

Essa estratégia ignora o verdadeiro papel do sindicato, que vai muito além da negociação salarial. A representação sindical oferece suporte jurídico, orientação profissional, defesa em disputas trabalhistas e organização de greves e manifestações para garantir melhores condições de trabalho. O valor investido na contribuição sindical é irrisório se comparado à proteção e aos benefícios que a categoria conquista através da luta coletiva.

Sem sindicatos fortes, os trabalhadores ficam mais vulneráveis às arbitrariedades do mercado. A filiação sindical não é apenas um direito, mas uma estratégia essencial para assegurar que os interesses dos empregados sejam defendidos e que haja equilíbrio na relação de poder entre empregadores e trabalhadores.

• Wilson Pereira é advogado e presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade – Contratuh.

……..