Dados do Painel do Isolamento Social elaborado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) apontam que o estado atingiu um índice de isolamento de 52,24% na segunda-feira (4). O procurador-geral de Justiça, Francisco Dirceu de Barros, lembrou que o número está abaixo do recomendado pelas autoridades de saúde, que deveria 70%, e afirmou que isso representa um risco para a saúde pública
Barros afirmou que o levantamento acendeu um alerta para o MPPE e que pode adotar “medidas mais duras”, mas não explicou quais. “É uma questão cultural. O pessoal não está levando a sério e esses 50%, como eu falei, estão contaminando as demais pessoas e gerando o caos. As UTIs [unidades de terapia intensiva] estão com 99% da capacidade lotada e 88% do sistema de enfermaria também. Somos fiscais da legalidade”, disse.
Até a terça-feira (5), foram contabilizados 749 óbitos e 9.325 casos do novo coronavírus pela Secretaria Estadual de Saúde.
“Parece que o ser humano está mais preocupado com o bolso do que com a própria cadeia”, declarou.
“No começo, a gente achava que conversando a nível de orientação poderia conter essa curva de ação do coronavírus. Mas quem descumprir o decreto de lei, é crime. Alguns municípios estão colocando multa”, afirmou Barros.
Os dados do Painel do Isolamento Social são obtidos a partir da geolocalização dos celulares dos cidadãos com base no Mapa Brasileiro da Covid-19, elaborado pela empresa recifense inLoco. “Nós não invadimos a privacidade do cidadão. Não localizamos pessoas, localizamos aplicativos”, explicou o procurador-geral.
As cidades pernambucanas que lideram, nessa data, a adesão ao isolamento são Granito, no Sertão, e Olinda, no Grande Recife, com 61,7% da população isolada; sendo seguidas por Paulista, com 61,6%; e Camaragibe, com 60,9%, ambas na Região Metropolitana. A capital pernambucana aparece na 23ª posição, com 58,2% das pessoas em processo de isolamento social.
“Temos nove cidades com 61%, são as nove primeiras colocadas. Mas não dá para parabenizar porque elas estão muito ruins. As demais estão péssimas”, disse o procurador.
