O dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes do Trabalho, 28 de abril, surgiu no Canadá, por iniciativa do movimento sindical, e logo se espalhou por diversos países, promovido por sindicatos, federações, confederações locais e internacionais. A data foi escolhida em decorrência de um acidente que resultou na morte de 78 trabalhadores em uma mina no estado da Virgínia, Estados Unidos, em 1969. Com o propósito de levar à reflexão sobre a segurança e saúde do trabalhador, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) instituiu, desde 2003, o dia 28 de abril como o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho. No Brasil, a data só foi estabelecida pela Lei nº 11.121, de maio de 2005.
Neste panorama, o dia 28 de abril serve como uma homenagem a todos aqueles que se acidentaram ou adoeceram, fatalmente ou não, no exercício de suas atividades profissionais mas, principalmente, deve ser um incentivo para que a sociedade se mobilize em benefício da saúde e da segurança dos seus trabalhadores. Eventos em todo o mundo são realizados para estimular a conscientização dos trabalhadores, empregadores e instituições que fazem parte do mundo do trabalho. E assim, o que era lembrado como um dia de luto pela morte de tantos trabalhadores, passou a ser reconhecido como um dia de luta pela vida, uma data em defesa do trabalho decente, seguro e saudável.
É possível constatar uma evolução no Brasil na redução de ocorrências de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, mas ainda assim ocupamos o quarto lugar no mundo nessa estatística, não havendo, portanto, motivo para comemoração. Nesse sentido, em decorrência das homenagens do dia 28 de abril, se instituiu que o mês de abril passaria a ser intitulado de “Abril Verde”, e o período seria utilizado para promover campanhas de conscientização sobre a importância da segurança e da saúde do trabalhador brasileiro.
Este ano, em virtude da pandemia mundial do novo coronavírus e pelo decreto do isolamento social em nosso Estado, as ações presenciais, como aconteceram nos anos anteriores, não serão possíveis. No entanto, em Pernambuco, a Coordenação do Grupo Interinstitucional de acidentes de Trabalho (Getrin – 6) do Tribunal Regional do Trabalho-6ª Região que reúne representes da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho ( Fundacentro-PE), da Superintendência Regional do Trabalho (SRTE), do Ministério Público do Trabalho (MPT-PE), do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), da Associação dos Engenheiros de Segurança do Trabalho (Aespe) e outras instituições, estarão realizando na data, atividades de forma remota, por meio de campanhas nas redes sociais, rádios, jornais e outras mídias.
Neste momento, a maior preocupação dos prevencionistas é a não proliferação da pandemia, e uma das principais medidas preventivas é o isolamento social, uma vez que é primordial proteger o ser humano. Ressalta-se, em especial, aqueles trabalhadores cujas atividades são consideradas de caráter essencial para a superação desta crise como os profissionais da saúde, os que atuam nas atividades de segurança pública e privada, jornalistas, os responsáveis por transportes de passageiros e suprimentos, serviços postais e bancários, auxiliares de serviços gerais, garis, entre inúmeras outras categorias que estão arriscando suas vidas em prol do bem comum.
O Abril Verde deste ano está sendo atípico, mas quando essas dificuldades forem vencidas, a sociedade terá passado por um momento muito importante de aprendizado, que resultará em um novo contexto social, certamente mais forte e capaz de superar outras adversidades.