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Desemprego é o principal desafio do novo governo

O desemprego é um dos desafios mais árduos do novo governo e vai exigir ações modernas e clareza no discurso. Na cerimônia de posse, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT), disse que planeja uma revisão “fatiada” da legislação em vigor desde 2017. Mas negou o revogaço na reforma trabalhista prometida na campanha ao Planalto.

As classes trabalhadora e sindical receberão bem as revisões na legislação, mas a geração de emprego é um desafio que transcende as questões meramente ideológicas.

Por exemplo, o mercado de trabalho mudou muito desde que Marinho ocupou a mesma pasta no governo Lula, entre 2005 e 2007. Hoje, os 9,5 milhões de desocupados – segundo dados mais atualizados do IBGE – lutam para acessar um mercado cada vez mais complexo e especializado devido aos avanços tecnológicos.

A taxa de desemprego do terceiro trimestre de 2022 (8,3%) apresenta melhora em relação ao mesmo período do ano anterior (12,3%). Essa melhora, apontam os críticos, é resultado da retomada da economia e de estímulos realizados, mas a sustentabilidade desse avanço depende de mudanças estruturais. Se foi bom para o setor patronal, o lado trabalhador não viu com bons olhos tanta crise.

Informalidade

Uma das maiores consequências da falta de perspectiva do trabalhador foi a opção pela informalidade. Hoje são quase 40 milhões de trabalhadores informais, dos quais 87,7% anseiam por uma ocupação com carteira assinada, segundo levantamento realizado em dezembro pelo FGV-Ibre.

Entre esses, estão os que vendem a mão de obra para os aplicativos – uma nova realidade que deve ser abarcada pelo Estado, preservando os direitos dos trabalhadores e garantindo os avanços trazidos pela iniciativa privada. Isso depende de diálogo entre os próprios empregados, as instituições e as empresas.

De todo modo, não é possível falar em melhoria no mercado de trabalho no longo prazo sem pensar em políticas para a qualificação da mão de obra. Também são fundamentais medidas de valorização do salário, dentro de um projeto mais amplo de política econômica.

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