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CONTRATUH discute com UITA experiências sindicais com foco na mulher

Com a participação de cerca de 75 dirigentes sindicais de diversos países da região, o encontro socializou três novas experiências de empoderamento das mulheres em suas organizações e em seus locais de trabalho.

Rosecléia Castro, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de Campinas (SITAC) e vice-presidenta do Comitê Executivo Latino-americano da UITA iniciou o encontro informando como passaram de ter 10 por cento de mulheres nas linhas de produção da PepsiCo – empresa para a qual trabalha– a ocuparem 50 por cento dos cargos, com carteira assinada e igualdade de direitos.

“Em que pese tenha sido uma iniciativa pessoal, ir denunciar na gerência da empresa o fato de as mulheres não contarem com promoções, embora realizassem as mesmas funções, e de sermos discriminadas com relação aos nossos companheiros homens. Foi, então, com o apoio do sindicato que pudemos transformar a nossa realidade, nesse caso em particular”, lembrou Rose.

Entretanto, para ela, a realidade das mulheres brasileiras dentro dos sindicatos ainda é muito desigual e nesse sentido, Rose propôs realizar um levantamento para saber quantas mulheres sindicalistas estão em postos de relevância atualmente.

“Acredito que ainda nos falta muito para chegarmos a uma verdadeira representatividade em nossas organizações sindicais. Avançamos muito, e devo destacar o papel da UITA nesse progresso”, destacou.

Em uma, todas

Laura Díaz, tesoureira da Comissão Diretiva Nacional do Sindicato da Indústria do Gelo e dos Mercados Hortifrutiferos Particulares da República Argentina (STIHMPRA), relatou sua experiência pessoal no desenvolvimento sindical, no combate à discriminação, que conseguiu vencer com o apoio de seus companheiros e companheiras, que a levaram a ser a principal organizadora dos Encontros Nacionais de Mulheres do setor.

“Apesar de não formar parte da secretaria de Gênero de meu sindicato, considero estes encontros de mulheres como um momento para promovermos a incorporação de mais trabalhadoras nos espaços sindicais, porque considero que nós mulheres somos muito importantes em todos os âmbitos e, ao longo desses anos, percebi que em uma, estamos todas”, manifestou emocionada.

Laura reconheceu o espaço que o seu Sindicato lhe oferece, bem como o apoio de seu secretário geral para esta tarefa, mas valorizou principalmente a confiança e o apoio que recebe das mulheres trabalhadoras que a acompanham nesses projetos.

Em cada encontro somos mais e saímos dessas instâncias mais fortalecidas, como será com este seminário e com os próximos, sairemos mais fortes, mais solidárias, mais unidas para continuarmos trabalhando juntas por nossos direitos”, destacou.

Mãos que unem e levantam

Maria dos Anjos Hellmeister, “Mariazinha” como todos a conhecem, é diretora da Confederação Nacional de Trabalhadores de Turismo e Hospitalidade (CONTRATUH) e presidenta de seu sindicato o SINDIBELEZA, que reúne profissionais de todos os salões de beleza e estética.

“O que as minhas companheiras disseram antes, sobre a unidade e a solidariedade entre as mulheres e sobre essa capacidade de que quando uma cai, a outra lhe dá uma mão para ajudá-la a se levantar, isso se chama sororidade e eu gostaria de trazer este termo para esta reunião, porque creio que é pertinente e que este espaço forma parte da tão necessária e pouco mencionada sororidade”, começou dizendo Mariazinha.

A experimentada dirigente enumerou as diferentes ações sindicais promovidas tanto pela Contratuh como pelo seu sindicato, com perspectiva de gênero.

“Há vários anos, a Confederação assumiu a responsabilidade de visibilizar as diversas formas de violência contra as mulheres e ano a ano realiza seminários e oficinas de capacitação sobre o assunto, além disso promove campanhas nacionais contra o turismo sexual, obtendo um enorme sucesso”.

Mariazinha recordou que graças a esta campanha puderam desmantelar uma rede de exploração sexual vinculada ao turismo durante a realização da última Copa do Mundo no Brasil e dos no Jogos Olímpicos (2014-2016).

Por outro lado, a dirigente lembrou que seu setor, tanto como o do turismo, o da gastronomia, e o da hotelaria, foram duramente atingidos pela pandemia e as trabalhadoras e os trabalhadores dos salões de beleza e estética formam parte dos grupos mais vulneráveis, pois são pequenos e micro empresários, que “se não trabalham não recebem nenhum tipo de renda”, explicou a dirigente.

“Se não tivéssemos o apoio do sindicato em momentos como este, a situação seria ainda mais trágica”, disse Mariazinha que concluiu sua participação parabenizando a Rel UITA pela iniciativa de criar pontes e de tecer alianças entre as mulheres do Clamu.

Todas as palestrantes da segunda etapa do Clamu visita você concordaram em que se sentem orgulhosas de serem sindicalistas, de serem mães, de serem avós, de serem filhas, de serem trabalhadoras, enfim de serem mulheres com toda a fortaleza e dimensões que isso implica.

Fonte: UITA

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