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Trabalhador perde poder de compra e enfrenta precarização

O novo boletim do DIEESE escancara o que os sindicatos e movimentos sociais já sentem nas ruas e nos locais de trabalho: o Brasil vive um momento de estagnação econômica que penaliza, sobretudo, a classe trabalhadora.

Com o crescimento do PIB abaixo do necessário para reverter os danos da pandemia e da inflação acumulada, o país vê a informalidade avançar e o desemprego persistir. Mais de 40% da força de trabalho está na informalidade — sem direitos, sem proteção, sem futuro.

O rendimento médio real do trabalhador caiu, corroído pela inflação que atinge com mais força os itens essenciais. A cesta básica teve aumento em todas as capitais pesquisadas, tornando o salário mínimo ainda mais insuficiente para garantir dignidade. Em muitas cidades, o valor necessário para sustentar uma família ultrapassa os R$ 6.000, enquanto o salário mínimo segue abaixo de R$ 1.500.

Além disso, o investimento público em saúde, educação e assistência social segue aquém do necessário, aprofundando desigualdades e fragilizando ainda mais os que dependem dos serviços públicos.

Para o DIEESE, é urgente retomar uma agenda de desenvolvimento com geração de empregos formais, valorização do salário mínimo e fortalecimento da negociação coletiva. “Sem políticas públicas que coloquem o trabalhador no centro da recuperação econômica, o país seguirá aprofundando a desigualdade e a exclusão social”, alerta o boletim.

Os dados reforçam o papel estratégico dos sindicatos na luta por melhores condições de trabalho, por políticas públicas inclusivas e por um projeto de país que valorize quem produz a riqueza: o povo trabalhador.

Juros elevados
O Banco Central manteve a taxa básica de juros (Selic) em patamar alto para conter a inflação, o que desestimula o consumo e o investimento produtivo retrata a gazetamercantil.com.

  1. Política fiscal restritiva
    O governo enfrenta limitações para ampliar gastos públicos devido ao alto endividamento e às regras fiscais. Isso reduz a capacidade de estimular a economia via investimento público G1.
  2. Consumo retraído
    A perda do poder de compra da população, com salários corroídos pela inflação e aumento do custo de vida, impacta diretamente o mercado interno com.
  3. Cenário externo desfavorável
    Tensões comerciais globais, especialmente com os EUA priorizando sua produção interna, afetam exportações brasileiras e geram incertezas G1.
  4. Baixa confiança empresarial
    A instabilidade política e a falta de previsibilidade nas regras do jogo desestimulam o investimento privado Gazeta do Povo.

O que fazer?

  1. Redução gradual dos juros
    Com a inflação mais controlada, há espaço para o Banco Central iniciar cortes na Selic, o que pode reaquecer o crédito e o consumo com.
  2. Fortalecimento do investimento público
    Mesmo com restrições fiscais, é possível priorizar obras de infraestrutura, habitação e saneamento, que geram emprego rápido e têm efeito multiplicador.
  3. Valorização do salário mínimo
    Aumentar o salário mínimo acima da inflação injeta recursos diretamente no consumo das famílias mais pobres, dinamizando a economia local.
  4. Apoio à indústria nacional
    Linhas de crédito direcionadas, desoneração seletiva e políticas de conteúdo local podem estimular setores estratégicos.
  5. Reforço aos programas sociais
    Transferências de renda como o Bolsa Família ajudam a manter o consumo básico e reduzem a desigualdade em tempos de crise.

Herança ou erro atual?

A resposta mais honesta é: ambos. A herança de políticas econômicas pró-austeridade, combinada com decisões recentes que priorizaram o ajuste fiscal em detrimento do crescimento, criou um ambiente de baixo dinamismo. A falta de coordenação entre política monetária (juros) e política fiscal (gastos públicos) também contribui para o impasse.

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