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Soberania popular e desenvolvimento nacional: os desafios do Brasil frente às pressões internas e externas

O Brasil vive um momento decisivo em sua trajetória política e econômica. De um lado, seguimos avançando na luta pela defesa de avanços sociais, como a política isenção de impostos para trabalhadores que ganham até R$ 5.000,00 – aprovada recentemente em uma Comissão Especial da Câmara dos Deputados – e a taxação justa dos super-ricos por meio do IOF com aval do STF. De outro, enfrentamos uma ofensiva internacional que busca minar nossa soberania, como os ataques ao PIX e as pressões do governo norte-americano, inclusive com uma proposta desqualificada, chantagista e absurda de taxação de 50% às exportações brasileiras encampada por Donald Trump, que revelou a subserviência de parte da elite política brasileira, notadamente da extrema direita.

A batalha pela soberania e a resistência popular
É importante lembrar que a ruptura das proteções sociais e a perseguição à organização da classe trabalhadora são os primeiros sinais e instrumentos clássicos de erosão da soberania popular e do próprio Estado democrático de direito, principalmente em países de dimensões e riquezas estratégicas como o Brasil.

Como destacado em minhas reflexões recentes, a desorganização do movimento sindical e popular, desde 2013, agravada pelo golpe contra a presidenta Dilma Rousseff e pela ascensão do governo Bolsonaro, limitou nossa capacidade de resistência. Parlamentares entreguistas e um Executivo alinhado a interesses estrangeiros facilitaram a pilhagem de nossas riquezas. Hoje, o desafio é reconstruir a unidade sindical e popular e fortalecer instrumentos como o Plebiscito Popular, que coloca nas mãos do povo a decisão sobre os rumos do país.

A recente decisão do ministro Alexandre de Moraes quanto ao IOF, que fortalece a política de isenção do Imposto de Renda, é um passo importante, mas não suficiente. É preciso ir além: barrar a ingerência externa no nosso sistema financeiro (como os ataques ao PIX) e enfrentar as sanções absurdas propostas pelo governo dos EUA e seus aliados internos.

O PIX e a guerra financeira contra o Brasil
O PIX se tornou um símbolo da inovação brasileira e da inclusão financeira, mas justamente por isso é alvo de ataques. A tentativa do governo norte-americano e de conglomerados financeiros de controlar ou sabotar este valioso sistema nacional, revela uma disputa geopolítica pela soberania monetária do nosso país. Não podemos permitir que interesses escusos, muitas vezes apoiados por políticos brasileiros, transformem o PIX em mais uma ferramenta de dominação estrangeira.

A reconstrução da luta popular
Na semana que vem, na quarta-feira (23/07), teremos uma live para debater esses temas, com um olhar setorial sobre possíveis riscos dessas medidas na indústria e na classe trabalhadora. Precisamos reerguer a organização popular, corroída por anos de ataques, e mostrar ao mundo que o Brasil não é um território aberto à pilhagem. A soberania nacional só será plena com justiça fiscal, defesa das empresas nacionais e um projeto de desenvolvimento que priorize o povo, e não as elites locais e globais.

O momento exige coragem e união. Ou avançamos na defesa intransigente da soberania, ou seremos engolidos por um projeto neoliberal que só beneficia os mais ricos – dentro e fora do país. A NCST e CNTI estão na linha de frente dessa batalha e convocamos todos(as) os(as) trabalhadores(as), entidades sindicais e movimentos sociais a se somarem à essa luta.

O Brasil é nosso. Das brasileiras e dos brasileiros. E só será soberano se o povo estiver no comando.

  • José Reginaldo Inácio, diretor de Formação Sindical e Qualificação Profissional da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI).

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