Em meio a um cenário de crescentes críticas ao movimento sindical brasileiro — muitas delas impulsionadas por patrões, contabilistas e advogados empresariais — é essencial trazer à tona o papel fundamental que os sindicatos desempenham na proteção dos direitos trabalhistas e na construção de uma sociedade mais justa. Enquanto cartas de desfiliação são redigidas em escritórios empresariais, milhões de trabalhadores continuam encontrando nos sindicatos apoio, representação e dignidade.
O valor do Sindicato
O sindicato é uma entidade que representa os interesses coletivos de uma categoria profissional. Seu papel vai muito além da negociação salarial: ele atua na defesa jurídica dos trabalhadores, promove formação profissional, fiscaliza o cumprimento das leis trabalhistas e participa ativamente da formulação de políticas públicas.
Em um país marcado por desigualdades sociais e econômicas, o sindicato é, muitas vezes, o único escudo entre o trabalhador e a exploração.
Números reveladores
Dados do Ministério do Trabalho e Emprego revela que o Brasil possui mais de 10 mil sindicatos ativos, abrangendo os mais diversos setores da economia. Estima-se que mais de 100 milhões de trabalhadores estejam sob a representação potencial dessas entidades, mesmo que nem todos sejam filiados formalmente.
Conquistas históricas
A história do sindicalismo brasileiro está diretamente ligada às principais conquistas trabalhistas do país. Direitos como:
- Jornada de trabalho de 8 horas
- Férias remuneradas
- 13º salário
- Licença maternidade e paternidade
- FGTS e seguro-desemprego
- Normas de segurança e saúde no trabalho
Estas conquistas não foram concedidas espontaneamente pelos empregadores. Foram conquistados com mobilização, greve, pressão política e negociação sindical.
Defesa de hoje
Em tempos de reformas que ameaçam direitos históricos, os sindicatos continuam atuando em pautas urgentes:
- Combate à informalidade e à precarização
- Valorização do salário mínimo
- Redução da jornada sem redução de salário
- Defesa da aposentadoria digna
- Regulamentação do trabalho por aplicativos
- Saúde mental e segurança no ambiente de trabalho
Essas pautas não são apenas reivindicações corporativas — são demandas sociais que impactam diretamente a qualidade de vida da população.
O custo da proteção
Muito se fala sobre o “custo” de manter um sindicato. Mas a realidade é que a mensalidade sindical gira entre R$ 20 e R$ 40, valor inferior ao de uma refeição fora de casa ou de uma assinatura de streaming. E diferente do que se propaga, ninguém é obrigado a se filiar — a filiação é voluntária, mas fortalece a capacidade de negociação e atuação da entidade.
Benefícios vêm
Todo trabalhador sindicalizado pode esperar presença, escuta e ação concreta. O sindicato está ao lado do trabalhador em momentos de vulnerabilidade: na demissão injusta, no assédio moral, na luta por melhores condições, na busca por orientação jurídica. É o sindicato que enfrenta o poder econômico e político para garantir que o trabalhador não seja invisível.
Antissindicalismo
A tentativa de enfraquecer o movimento sindical não é apenas um ataque às entidades — é um ataque direto à classe trabalhadora. O sindicato é uma das maiores expressões de democracia e justiça social no Brasil. E enquanto houver desigualdade, haverá sindicato lutando para equilibrar essa balança.