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Assédio no trabalho, uma violência silenciosa e devastadora

O assédio no trabalho permanece como uma das formas mais silenciosas e devastadoras de violência institucional. A pesquisa “Trabalho sem Assédio”, conduzida pela Think Eva em parceria com o LinkedIn, escancara a dimensão do problema: 57% dos profissionais já foram vítimas de assédio moral, e mais de um terço das mulheres afirma ter sofrido assédio sexual ao longo da carreira. Esses números revelam que o ambiente profissional, muitas vezes idealizado como espaço de crescimento e realização, pode se tornar um território de medo, insegurança e silenciamento.

Baixe o relatório completo aqui: Pesquisa Trabalho sem Assédio – Think Eva https://lnkd.in/dpuehn7S

A subnotificação é um dos aspectos mais preocupantes. Quase metade das pessoas que sofreram assédio moral não denuncia por medo de retaliação ou demissão. No caso do assédio sexual, apenas 10% das mulheres que vivenciaram esse tipo de violência recorreram aos canais formais de denúncia oferecidos pelas empresas. A falta de confiança nas estruturas institucionais e o receio de não serem levadas a sério contribuem para que muitas vítimas guardem o ocorrido para si — 30% não compartilham com ninguém, e mais da metade conta no máximo para uma pessoa.

O estudo também revela que o assédio é recorrente: 75% das pessoas que já vivenciaram ou testemunharam situações de assédio identificam esse tipo de agressão pelo menos uma vez ao mês. Além disso, 29% dos entrevistados afirmaram já ter passado por assédio moral em plataformas digitais, o que mostra que a violência também se adapta aos novos formatos de trabalho.

A pesquisa aponta ainda que uma em cada seis mulheres que enfrentam situações de assédio acaba pedindo demissão, o que evidencia o impacto direto na trajetória profissional e na saúde emocional das vítimas. O custo humano e organizacional é alto: talentos são perdidos, a produtividade é comprometida e a reputação das empresas fica em risco.

Diante desse cenário, é urgente que as organizações adotem medidas efetivas para prevenir e combater o assédio. Isso inclui a criação de canais de denúncia confiáveis, treinamentos contínuos sobre respeito e equidade, acolhimento psicológico e uma cultura que valorize a escuta ativa e a responsabilização. O combate ao assédio no trabalho não é apenas uma questão de compliance (Compliance é o conjunto de práticas e processos para que uma empresa esteja em conformidade com leis, regulamentos, normas éticas e políticas internas, garantindo a integridade, a segurança e a sustentabilidade do negócio) — é uma questão de dignidade, justiça e compromisso com um futuro mais ético e inclusivo.

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