O nome escolhido pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para chefiar o Ministério do Trabalho, a partir de 1º de janeiro de 2023, é Luiz Marinho (PT-SP), presidente do diretório paulista do PT e deputado federal eleito por São Paulo. Marinho aceitou o convite para o cargo, mas o anúncio oficial ainda não tem data marcada.
O deputado federal, eleito para o próximo ano, não deve assumir o posto. Com longa trajetória política, Marinho já foi Ministro do Trabalho e Emprego, entre os anos 2005 e 2007, e Ministro da Previdência Social entre 2007 e 2008, nos primeiros mandatos de Lula. Além disso, também foi prefeito de São Bernardo do Campo, interior paulista.
De acordo com integrantes da equipe de transição, as áreas de Trabalho e Previdência Social deverão ser novamente desmembradas, compondo dois ministérios diferentes, como era nos governos anteriores, de Lula. O nome indicado para o Ministério da Previdência Social ainda não foi decidido.
A CONTRATUH vai aguardar o anúncio oficial, mas tem esperança que o entendimento mantido pelas Centrais Sindicais pelo gabinete de transição, onde estavam seus representantes, consolide as aspirações dos trabalhadores. O fato do indicado ser um nome de origem sindical é extremamente favorável e já se torna um indicativo de quem será restabelecido o bom diálogo com o Ministério. Há expectativa também com relação aos titulares do Ministério da Previdência Social e do Ministério do Turismo, órgãos que dizem respeito diretamente às categorias defendidas pela CONTRATUH.
Lula já havia anunciado os primeiros nomes de chefia dos ministérios no dia 9 de dezembro. Entre os já confirmados estão:
Fernando Haddad (Fazenda) – Ex-prefeito de São Paulo, tem fama de pragmático e é admirador de Galbraith. É visto como alguém que coloca a lealdade ao chefe acima dos seus projetos pessoais.
Rui Costa (Casa Civil) – Filiado ao PT e economista formado pela Universidade Federal da Bahia, é governador da Bahia, eleito em 2014 e reeleito em 2018. Começou a trajetória política no movimento sindical ainda na década de 1980. Foi vereador de 2000 a 2007. Também foi eleito deputado federal em 2010, mas licenciou-se para assumir o cargo de Secretário da Casa Civil da Bahia, a partir de 5 de janeiro de 2012. É próximo de Jaques Wagner, ex-governador da Bahia, e foi como secretário do amigo que ganhou maior notoriedade.
Flávio Dino (Justiça) – Ex-governador do Maranhão e senador eleito no pleito deste ano, era um dos coordenadores do grupo técnico que discute Justiça e Segurança Pública. Defendeu a revogação de decretos do presidente Jair Bolsonaro que flexibilizaram o acesso a armas e também uma atuação mais restrita da Polícia Rodoviária Federal. Na entrevista em que anunciou Dino, Lula disse que o indicado tem a missão de consertar o funcionamento da Pasta da Justiça, numa referência ao que ocorreu durante a gestão no governo Bolsonaro.
José Múcio Monteiro (Defesa) – Tem uma extensa carreira na vida pública. Foi deputado federal por quase duas décadas, integrou a equipe do segundo governo de Lula e presidiu o Tribunal de Contas da União (TCU). Era um dos principais cotados para a Defesa em razão de seu perfil articulador e do bom trânsito nas Forças Armadas.
Mauro Vieira (Relações Exteriores) – Um dos mais experientes diplomatas em atuação, com mais de 40 anos de carreira na área, foi chanceler no governo de Dilma Rousseff, de 2015 a 2016. Depois, foi representante do Brasil do Brasil junto às Nações Unidas. Antes foi embaixador nos Estados Unidos (2010 – 2015) e na Argentina (2004 – 2010). É um dos diplomatas mais próximos do ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, conselheiro d Lula para assuntos internacionais.
Margareth Menezes (Cultura) – Já fazia parte da equipe de transição da cultura do governo Lula. A cantora nasceu em Boa Viagem, região de Salvador, em 13 de outubro de 1962. Filha de uma costureira e de um motorista, é a mais velha de cinco irmãos. Conquistou dois troféus Caymmi, quatro troféus Dodô e Osmar e foi indicada ao Grammy Awards e ao Grammy Latino.
Luiz Marinho (Trabalho) – Ele esteve à frente do Ministério ainda no primeiro governo de Lula, entre 2005 e 2007, quando então migrou para a Previdência. Marinho é ex-prefeito de São Bernardo do Campo e foi presidente do sindicato dos metalúrgicos da região do ABC na década de 1990 e início dos anos 2000.
Aloizio Mercadante (presidente do BNDES) – Ele nasceu em Santos, no litoral de São Paulo. É mestre e doutor em economia. Iniciou a militância política em movimentos estudantis. Depois presidiu instituições de representação de professores. Desde a década de 1980 atua no Partido dos Trabalhadores (PT). Em 1985 ajudou a fundar a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Foi deputado federal por dois mandatos. Em 2003, foi eleito senador por São Paulo, com a maior votação da história até então. No governo federal, foi ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação. Também chefiou a pasta da Educação por duas vezes; além de exercer o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, no segundo governo da presidente Dilma Rousseff (PT).