O deputado Sanderson (PL-RS), que relatou o projeto no Plenário, acatou emenda para que a campanha seja coordenada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, com a participação de organizações da sociedade civil. A campanha será realizada anualmente durante a semana do Dia Nacional de Combate ao Câncer, em 27 de novembro.
O objetivo é conscientizar a população sobre a importância da doação de cabelos para a recuperação da autoestima dos pacientes em tratamento de câncer e vítimas de escalpelamento. As ações devem esclarecer os procedimentos e os locais onde podem ser feitas as doações.
Vinicius Carvalho afirmou que a proposta foi sugerida pelo vereador Ricardo Almeida, de Embu das Artes (SP). Segundo o deputado, a proposta visa especialmente beneficiar as mulheres. “A mulher precisa de uma força interior muito grande para vencer a doença. Tem também que vencer o constrangimento e a baixa estima com a queda do cabelo causada pelo tratamento”, comentou.
Identidade
A deputada Dra. Soraya Manato (PTB-ES), que é médica, destacou a importância das perucas para mulheres que passam por tratamento de câncer ou outras condições que levam à perda de cabelo. “O cabelo representa identidade e autoestima. A peruca vai produzir um efeito tão bom quanto a quimioterapia. Ela salva vidas e dá força para mulher enfrentar o tratamento”, comentou.
O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) também defendeu a aprovação da proposta. “Minha mãe teve câncer. O cabelo caiu, mas graças a Deus ela tinha condições de comprar uma peruca”, relatou. “Muitas pessoas que conheço não têm estas condições e precisam de doações. A doação de cabelo muitas vezes não ocorre, e tem gente que quer doar mas não sabe como.”
O deputado Célio Moura (PT-TO) lembrou dos acidentes frequentes em embarcações na Amazônia em que passageiros sofrem escalpelamento. “Esta campanha também pode beneficiar essas pessoas”, espera.
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) afirmou que há denúncias de fraude, tráfico e roubo de cabelo destinado a doações. “Infelizmente, o cabelo virou uma moeda. E o ministério deve fiscalizar as instituições, punindo a apropriação indébita das doações”, defendeu.
Fonte: Agência Câmara de Notícias