O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu que um nome de consenso seja escolhido para a presidência da Casa, mas não descartou a própria reeleição. Em entrevista nesta segunda-feira (30) ao Uol, ele defendeu a teste do ex-presidente Michel Temer, que afirmou que os presidentes da Câmara e do Senado ocupam cargos executivos, e não legislativos, e por isso poderiam ser reeleitos.
“Apesar de não divergir da ideia do presidente Michel Temer, mas acho que a gente precisa construir uma frente de centro, com aqueles que queiram construir uma relação clara de independência da Câmara com o governo, sempre com diálogo”, disse Rodrigo Maia.
Ele também ressaltou que, apesar de alguns problemas com o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), jamais tentou atrasar pautas no Plenário: “Meus problemas políticos com o presidente nunca impediram que pauta da Câmara avançasse por nenhum tipo de obstrução minha. A gente precisa de um perfil de diálogo e de equilíbrio e que garanta a independência da Casa”.
Os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre (DEM-AP), foram eleitos para mandatos que vão até o começo de 2021, e teoricamente não podem se reeleger. Mas o Supremo Tribunal Federal irá votar a partir da próxima sexta-feira (4) uma ação que pode conceder a possibilidade de reeleição a ambos.
Entre o grupo de parlamentares contrários à decisão, está o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Em agosto, ele integrou um grupo de 10 senadores que recorreu ao STF contra as reeleições de Maia e Alcolumbre. E no último dia 27 de novembro, Alessandro afirmou em seu Twitter que o fato de o Supremo discutir tal possibilidade era “absurdo no limite do criminoso”.